O secretário estadual dos Transportes Jurandir Fernandes descartou a possibilidade de criação de linhas do Metrô na região. A afirmação foi feita quarta-feira, durante o Simea 2005 (Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva no Brasil), em São Bernardo, um dia após do governo o Estado anunciar em São Caetano “a maior expansão da história do Metrô”. No Grande ABC, o governo do Estado aposta na modernização da linha D da TM, que liga o Brás a Rio Grande da Serra.
A futura mega estação Tamanduateí, na capital, próxima a São Caetano, será o mais perto que o Metrô chegará à região. “Qualquer um que sair de São Caetano e pegar o Metrô na estação Tamanduateí vai demorar 15 minutos para chegar até a avenida Paulista”, diz Jurandir Fernandes. A estação, construída nos moldes de estações como Brás e Luz, terá integração entre trem e Metrô.
O Pitu (Plano Integrado de Transportes Urbanos) divulgado quarta-feira, que prevê investimentos de R$ 17 bilhões até 2010, difere da versão divulgada em 2000. Na ocasião, o projeto previa três linhas de Metrô para a região. A mais importante, que deveria estar pronta este ano pelo projeto, ligaria a estação Brás até Santo André. Outra linha ligaria a estação São Caetano ao bairro Ferrazópolis, em São Bernardo. A terceira linha sairia da estação Consolação, na capital, e chegaria a Diadema.
No lugar do Metrô, uma linha expressa da TM, ainda sem prazo para ser construída, que deve ar pelas estações Mauá, Santo André e São Caetano e chegar até o Brás. “Essa linha vai ser construída paralelamente aos trilhos que já existem, onde continuarão a circular os trens paradores, que param nas estações menores”, afirma Jurandir Fernandes.
O assessor-executivo da presidência do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Renato Maués, afirma que a criação do Metrô é questão é de ótica. “Quando eu falo em Metrô, penso em excelência. Trens com intervalos de três minutos cada em vez de nove, mesmo que em superfície, eu chamo de Metrô”, afirma Maués. Ele participou da elaboração do Pitu 2020, divulgado em 2000, que previa a criação das linhas de Metrô.
Segundo a Secretaria Estadual de Transportes, a marca das estações da TM será a ibilidade, maior quantidade de trens e mais linhas expressas. Parâmetros que, segundo o secretário Jurandir Fernandes, alçariam a linha D da TM – que atende a região – a “Metrô de superfície”.
Renato Maués afirma que, em 2000, falava-se também de linhas leves de Metrô, construídas sobre a rede de trólebus. Hoje, segundo ele, seria difícil a execução do projeto.
Na rede de trólebus, o Consórcio aposta na extensão da linha que liga Diadema à avenida Berrini, no bairro do Brooklin, até o aeroporto de Guarulhos. “Essa é uma questão que eu chamo de ‘ganha-ganha‘, porque é bom para a região, para a EMTU (Empresa Municipal de Transportes Urbanos), para todo mundo”, diz.
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