As obras da ferrovia Transnordestina foram reiniciadas ontem, em Missão Velha, no interior do Ceará, segundo o diretor istrativo da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), Jorge Mello. As obras tinham sido paralisadas no último dia 11, embargadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O embargo ocorreu porque a CFN não cumpriu as exigências contidas na licença de instalação do primeiro trecho da ferrovia, que tem uma extensão de 110 quilômetros e vai de Missão Velha (CE) a Salgueiro, no Sertão de Pernambuco.
As obras voltaram a ser realizadas no trecho de 10 quilômetros, que já foi desmatado. “Podemos retomar as obras, porque há muito serviço para se fazer nesta área”, explicou Mello. Ele disse também que a expectativa da empresa é atender a todas as exigências do Ibama antes de terminar esse trecho.
Mello afirmou também que a CFN só vai desmatar mais área depois que tiver a autorização do Ibama. Uma das multas que a empresa levou, no dia do embargo, foi devido ao desmatamento de uma área de 10 quilômetros por onde vão ar os trilhos. No total, o Ibama aplicou uma multa de R$ 272 mil à CFN por causa do não cumprimento das condições previstas na licença de instalação e devido ao desmatamento dos primeiros 10 quilômetros por onde vai ar a ferrovia.
A CFN está providenciando o cumprimento das outras condicionantes, que são questões burocráticas, como apresentação de pareceres de outros órgãos. A assessoria de imprensa do Ibama informou que aguarda o cumprimento das outras exigências pela CFN para liberar o restante do trecho.
A ferrovia Transnordestina terá 1.860 quilômetros de extensão e vai sair da cidade de Eliseu Martins, no Piauí, e se dividir em dois ramais, sendo que um vai até o Porto de Pecém, próximo à Fortaleza. Já o segundo ramal corta o Estado de Pernambuco e acaba no Porto de Suape.
O empreendimento custará R$ 4,5 bilhões, dos quais mais de R$ 3 bilhões serão de recursos públicos, que têm como fonte o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), o extinto Fundo de Investimento do Nordeste (Finor) e empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
As obras da Transnordestina foram iniciadas em meados de agosto, depois que saiu a licença de instalação concedida pelo Ibama para que a CFN iniciasse o empreendimento. A ferrovia é uma antiga reivindicação de vários setores produtivos do Nordeste e vai baratear o escoamento da produção do gesso do Sertão do Araripe, de grãos do Sul do Piauí e do oeste baiano, entre outros.
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