Manifestantes ligados ao Movimento dos Sem Terra e outros grupos populares foram presos no fim da tarde de ontem depois de invadir um prédio da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) em Belo Horizonte. Ao todo, segundo informações da polícia, foram detidas 124 pessoas por lesão corporal, cárcere privado, formação de quadrilha, danos e constrangimento ilegal. O grupo cobrava a reestatização da mineradora privatizada há dez anos.
Alegando que a companhia foi privatizada por valor dez vezes inferior ao que de fato valia, os manifestantes invadiram, por volta das 13 horas, o quarto andar do prédio onde funciona a sede da FERROVIA Centro Atlântico (FCA), controlada pela Vale. O quarto andar é ocupado pela diretoria de energia da mineradora. A segurança da empresa esvaziou o prédio, mas dois funcionários ficaram reféns dos manifestantes e só foram liberados depois que os policiais assumiram o processo de negociação.
Segundo documento distribuído à imprensa, o ato fechou a Jornada Nacional de Lutas pela Educação e contou também com a participação do movimento estudantil. “Os movimentos questionam a soberania do país acerca de suas riquezas, aproveitando para chamar a sociedade para o debate sobre a questão da Vale”, informa o texto distribuído pelos manifestantes.
O mesmo grupo já havia invadido a sede da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), no ano ado, durante a reunião anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) realizada na capital mineira. Ontem, além dos estudantes, crianças acompanhavam os manifestantes no ato de protesto.
A assessoria de imprensa da Vale divulgou nota manifestando repúdio à prática que configura um crime. “A CVRD repudia o uso de pessoas inocentes e menores como massa de manobra para atingir metas ideológicas e para a prática de crimes”, diz o texto da mineradora.
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