Confirmando expectativas dos analistas do setor de mineração, o balanço da Vale do Rio Doce, no terceiro trimestre, interrompeu a longa série de resultados recordes da companhia. O mercado trabalhava com prévias entre US$ 2,8 bilhões a US$ 3,1 bilhões e o lucro líquido da Vale no período fechou em US$ 2,9 bilhões, conforme as normas contábeis americanas.
A companhia atribuiu o desempenho do período, quando seu lucro situou-se quase US$ 1 bilhão abaixo dos US$ 4 bilhões registrados no segundo trimestre, a dois fatores: a apreciação do real e do dólar canadense, o que afetou negativamente seus custos no Brasil e no Canadá, onde opera a CVRD Inco; e os preços mais moderados do níquel. Os dois fatores contribuíram de maneira desfavorável para a evolução da receita.
No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o lucro líquido da Vale somou US$ 9,9 bilhões, quantia bem acima dos US$ 5,6 bilhões obtidos entre janeiro e setembro de 2006.
Alguns números do trimestre, porém, surpreenderam pelo vigor. Foi o caso da receita bruta, que alcançou US$ 8,1 bilhões entre julho/setembro, a mais elevada da história da companhia para um terceiro trimestre. Nos nove primeiros meses do ano, a receita acumulada foi de US$ 24,7 bilhões, ante US$ 18,2 bilhões no mesmo período de 2006.
A geração de caixa, medida pelo lajida ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) registrou US$ 4 bilhões no terceiro trimestre, também o maior valor já obtido neste período em toda a história da mineradora. Entre janeiro e setembro, o lajida da Vale acumulou US$ 13,3 bilhões, ante US$ 8,8 bilhões nos primeiros nove meses de 2006. Para o ano, as projeções de analistas são de que o lajida ajustado atinja entre US$ 16,5 a US$ 17 bilhões.
A dívida total da Vale também recuou no período, somando US$ 18,3 bilhões em 30 de setembro, ante US$ 19,1 bilhões no final de junho. A remuneração ao acionista este ano será de US$ 1,875 bilhão, mais 44,2% ante 2006. Ontem, em comunicado aos acionistas, a Vale garantiu que o pagamento de remuneração não sofrerá alterações por conta de decisões judiciais noticiadas pelo Valor, e será processado normalmente a partir da próxima quarta-feira.
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