Durante audiência pública realizada nesta terça-feira (18) pela Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI), o diretor de engenharia da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Severino Rezende, que representou o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou ser necessário haver financiamento público para ampliar a malha do sistema de transporte por trens no país. Em sua opinião, se por um lado o sistema ferroviário é benéfico ao meio ambiente, por outro a receita direta advinda da atividade não sustenta o empreendimento.
Em relação à interligação de linhas de trem a aeroportos, Rezende informou que dos 67 aeroportos compreendidos pela Infraero, os aeroportos Galeão (RJ) e Guarulhos (SP) possuem algum tipo de estudo sobre a viabilidade de realizar tal interligação. Em Porto Alegre (RS), disse, o sistema de trem urbano (o Trensurb) já a próximo ao aeroporto e também faz integração com linhas de ônibus. Rezende observou, no entanto, que cerca de 80% das pessoas que se deslocam para aeroportos preferem utilizar veículo próprio ou se locomoverem de táxi. Ele disse que estudo demonstrou que 2% dos ageiros de companhias aéreas chegaram a citar helicóptero como meio de locomoção para o aeroporto, enquanto o transporte por trem foi pouco lembrado pelos pesquisados.
Já em outros países em que há interligação de aeroportos com linhas de trem, ressaltou, os ageiros utilizam mais esse meio de transporte. Como exemplo, ele citou que em Oslo (Noruega) 40% dos ageiros utilizam trem para o aeroporto, em Tóquio (Japão), 36%, e em Paris (França), 20% dos ageiros.
O representante da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Hilário Leonardo Pereira Filho, informou que o sistema do transporte ferroviário foi implantado no Brasil a partir de meados do século XIX e começou a apresentar problemas devido à falta de investimentos em atualizações tecnológicas e para expansão da malha. Hilário Leonardo ressaltou que as ferrovias, historicamente, estão associadas ao desenvolvimento econômico e, em sua opinião, as políticas públicas para o setor precisam de planejamento para atender à demanda econômica.
– A ferrovia representou e ainda representa importante vetor de desenvolvimento do país – ressaltou Hilário Leonardo Pereira Filho.
Entre as prioridades adotadas pela ANTT desde a sua criação em 2001, Hilário destacou o atendimento eficiente e isonômico a todos os usuários, tanto os eventuais como os clientes freqüentes, bem como a harmonização dos conflitos existentes entre concessionárias do serviço ferroviário e os usuários de tais serviços. O sistema de fiscalização dos serviços oferecidos pelas concessionárias em todos os trechos, disse Hilário, também está entre as prioridades da agência.
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