Para reduzir custos a Braskem, líder em resinas termoplásticas, estuda aumentar o uso da ferrovia no País. A meta da empresa é movimentar cerca de 10 mil toneladas por mês já neste ano. Segundo a diretora de suprimentos e logística da Braskem, Isabel Figueiredo, a companhia negocia com a América Latina Logística (ALL) o transporte de resina na rota Triunfo (RS) até a cidade de Tatuí (SP). Com o acordo, a petroquímica irá aumentar em 35% o volume de carga ferroviária.
Hoje, somente 3% da produção da companhia é transportada por trem. No ano ado, a Braskem fabricou 3 milhões de toneladas de resinas – 90 mil movimentadas por trilhos. “Usamos o trem de Camaçari (BA) até a cidade de Paulínia em São Paulo. Mas não tem tanta regularidade, pois utilizamos o retorno dos vagões da FCA (Ferrovia Centro-Atlântica) que leva para a Bahia autopeças para a Ford ou matéria-prima para a Unilever. Com a ALL, o contrato será diferente, a idéia é que tenha uma regularidade”, disse Isabel Figueiredo.
No acordo com a ALL, segundo a diretora, estuda-se a compra de vagões específicos para o transporte de resinas termoplásticas. “A Braskem não tem a intenção de ter uma frota de vagões. Não é o nosso negócio. Estamos discutindo o aluguel desses equipamentos, por isso já negociamos com empresas especializadas em locação de vagões”, afirmou.
Isabel Figueiredo ressaltou que o transporte mensal de 10 mil toneladas por trem retira das estradas cerca de 300 carretas. “A ferrovia tem frete menor que o rodoviário, reduz acidentes, mas é preciso regularidade”.
Carga da Ipiranga
Segundo a diretora, hoje a Braskem utiliza 600 caminhões por dia para transportar a produção, tanto para o mercado interno quanto para a exportação. “Com a aquisição da Ipiranga, serão mais 750 caminhões por dia neste ano. Em 2007, a Ipiranga expedia cerca de 700 veículos diariamente”, ressaltou Isabel Figueiredo.
A Braskem, conforme a diretora, mantém três centros de logísticas, chamados Celog, para dar e aos transportadores. Os centros foram instalados nas cidades de Camaçari, Triunfo (RS) e Maceió. O investimento total com a implantação dos três centros foi de R$ 17,5 milhões. A operação está a cargo da Ballylog e a BR Distribuidora responde pelos postos de abastecimento de combustível dentro dos Celog, projeto que integra o Programa de Segurança no Transporte da Braskem, implantado em 2005 em parceria com a Pamcary. “A expectativa é que cerca de 120 veículos circulem por dia no Celog de Camaçari, mesmo número registrado hoje em Maceió . Em Triunfo são 300 veículos/dia”.
Estrutura do Celog
Além dos postos de abastecimento de combustíveis, o Celog tem borracharia, oficina mecânica, vidraçaria, banheiros equipados com chuveiros de água quente, cabeleireiro, fraldário, cozinha equipada, restaurantes, lanchonete, lavanderia, lojas de conveniências, atendimento médico e dentistas, salas de TV, áreas de lazer infantil e infra-estrutura de apoio para acomodação das famílias, que muitas vezes viajam com os motoristas. Os centros têm ainda salas de transportadoras e agências do Correio, Banco Itaú e ABN Amro.
Isabel Figueiredo ressaltou que com os Celogs a empresa já conseguiu números expressivos com os transportadores. “O número de roubos chegou no ano ado a cerca de três caminhões por mês. Em 2002, era 17 veículos”.
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