Enquanto uma blitz educativa da América Latina Logística (ALL), empresa responsável pela concessão da linha férrea, era realizada ontem de manhã nas agens de nível dos municípios de Arapongas e Cambará, os moradores de Ibiporã (Norte) ainda lamentavam a morte de um jovem de 23 anos. Pilotando uma moto, Jânio Rodrigues Matias, de 24 anos, tentou atravessar a linha férrea na Vila Esperança e foi colhido pelo trem. Não muito longe dali, na Zona Norte de Londrina, moradores do Jardim Nova Olinda se arriscam ao ar por um atalho aberto pela população para atravessar a linha férrea.
Segundo os próprios moradores, é comum ver manobras ”radicais” no trecho improvisado, que corta a linha férrea e dá o à Rua Tangânica. Além de pedestres, motos e veículos também se arriscam no local. Em outubro do ano ado, um veículo que atravessa a linha férrea foi atingido por um trem. Apesar dos danos materiais, ninguém ficou ferido.
”Ontem (terça-feira) à noite mesmo eu estava voltando do trabalho e vi um Fiesta tentando atravessar a linha por aí. O carro ficou preso porque era muito baixo. O maquinista parou o trem e ajudou o motorista a tirar o carro antes de seguir viagem. Achei um absurdo aquilo porque o motorista podia ter morrido”, comentou Samuel Arruda, morador do bairro há dois anos.
A improvisação fica a cerca de 800 metros de uma cancela para agem dos veículos, mas como os dois os têm que ser feitos por estrada de terra, muita gente prefere se arriscar pelo atalho. ”No dia que chove então, os motoqueiros chegam no trabalho todos sujos de lama. Por isso todo mundo prefere ar por aqui”, comentou a aposentada Maria Charles Ramos, moradora do Jardim Nova Olinda II.
A dona de casa Eva Arruda Souza da Silva, que mora numa casa de frente à linha férrea, já avistou de tudo um pouco naquele trecho. Ela lembra que a agem já foi fechada pela ALL duas vezes, mas a população voltou a abrir o o por causa da ”necessidade”. ”Não temos outra opção aqui. Para os pedestres é muito ruim ter que andar até a cancela por esse barro. Se optarmos pelo outro lado, só vamos ter outra cancela lá perto do Jardim Ouro Verde, que é uns dois quilômetros daqui. Essa agem é importante pra nós, é mais rápido. Até fico preocupada, mas não temos outra opção.”
O secretário municipal de Obras, Aloísio Crescentini de Freitas, explicou que existe um projeto para a construção de um viaduto para transposição da ferrovia naquele trecho, já aprovado pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes (Dnit), mas que ainda aguarda a verba, de cera de R$ 6 milhões, para a execução da obra. ”Esse recurso deve estar disponível até o final do ano, daí então abriremos o processo de licitação para o início dos trabalhos”
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