Para eliminar os conflitos entre ferrovias e áreas urbanas em 13 corredores ferroviários, o DNIT iniciou, em julho, um amplo estudo que servirá de base para o Programa de Segurança Ferroviária – Prosefer. Serão analisados aspectos econômicos e sociais a fim de definir as intervenções necessárias em áreas críticas destes corredores, localizados nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país.
Em um prazo de 12 meses, serão elaboradas propostas para reduzir as interferências entre ferrovias e funções urbanas e rurais por meio de obras, como a construção de contornos ferroviários, viadutos e pontes, ou da instalação de sinalização. Outras medidas são melhorias em faixas de domínio e travessias, principalmente onde houver agens de nível, e em áreas urbanas, onde houver invasão da faixa de domínio.
O estudo indicará quais são os gargalos que impedem o livre escoamento do fluxo de cargas em cada um dos corredores avaliados. Também serão analisados dados sobre a população dos municípios, especialmente nos pontos de interferência com a ferrovia. Outra parte do trabalho consiste no intercâmbio de informações com as prefeituras para incluir, no estudo, eventuais planos locais de desenvolvimento e outros projetos que
possam influir em suas conclusões.
Um terceiro aspecto a ser considerado é a situação econômica das áreas estudadas, com avaliação das condições de emprego, renda e moradia, além da oferta de serviços públicos para os habitantes das áreas críticas. O o à educação, segurança e saúde são dados que farão parte do diagnóstico sobre as condições de vida dessa população, assim como o transporte urbano, o fornecimento de energia elétrica e de água e até o esgotamento sanitário. Além de analisar toda a operação dos corredores ferroviários nos últimos cinco anos, o estudo fará uma projeção da situação de cada uma das vias até o ano de 2019, incluindo o crescimento da população. A coleta desses dados permitirá ao DNIT refinar sua atuação em ações de cooperação financeira e arranjos institucionais que contribuam para melhorias na segurança dos corredores ferroviários e interseções rodoviárias, reduzindo os custos operacionais de transportes. Assim, será possível aumentar os fluxos de comércio inter-regionais e de exportação, além de ganhos sociais para as populações urbanas.
Corredores ferroviários que farão parte do estudo:
1) Belo Horizonte – Juiz de Fora – Barra do Piraí – Sepetiba;
2) São Paulo – Barra do Piraí;
3) Araguari – Belo Horizonte – Vitória;
4) Alto Araguaia – Santa Fé do Sul – Araraquara – Campinas – Santos;
5) Maringá – Apucarana – Ponta Grossa – Curitiba – Paranaguá;
6) Anápolis – Uberaba – Campinas – Mayrink;
7) Porto União – Mafra – São Francisco do Sul;
8) Porto Alegre – Lages – Curitiba;
9) Apucarana – Ourinhos – Rubião Júnior;
10) Uruguaiana – Cacequi – Pelotas – Rio Grande;
11) Belo Horizonte – Montes Claros – Salvador;
12) Corumbá – Bauru – Mayrink – Santos;
13) Cacequi – Santa Maria – Porto Alegre.
Seminário discute desenvolvimento do setor ferroviário
No seminário “III Brasil nos Trilhos”, realizado em junho, o diretor geral do DNIT, Luiz Antonio Pagot, destacou a necessidade de investimentos, por parte do Governo Federal, para que se possam adotar medidas que viabilizem a ampliação da capacidade
do setor, além da expansão das ferrovias já existentes. O DNIT, conforme informou, trabalha com uma nova estrutura para transformar a logística do Brasil.
Organizado pela Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários ANTF, o seminário discutiu o desenvolvimento do setor no Brasil para as próximas décadas. O objetivo foi ampliar as discussões para implantação de projetos relacionados à matriz de transporte ferroviário, possibilitando um crescimento significativo do setor.
Responsável pela elaboração de projetos e obras referentes à transposição de linhas férreas e construção dos contornos ferroviários, o DNIT tem buscado investimentos para atender a demanda de segurança ferroviária. Para isso, foi lançado o Programa de Segurança Ferroviária Prosefer, que tem o objetivo de solucionar os conflitos das linhas férreas que cortam as áreas urbanas.
Com o aumento da produtividade, o setor ferroviário é um dos que mais cresce no país e responde, atualmente, por 25% do transporte de cargas. São28 mil quilômetros de ferrovias em operação, atualmente. A expectativa é de que, até 2009, esse modal corresponda a 30% da matriz de transporte de carga no Brasil.
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