A Secretaria de Transportes do Rio de Janeiro (Setrans) apresentou, em audiência pública nesta quinta-feira (dia 7), as especificações dos 30 novos trens que serão comprados para operar na SuperVia. O investimento previsto é de US$ 260 milhões, totalmente financiados pelo Banco Mundial, e o edital de licitação deve ser publicado até setembro deste ano. Os novos trens (de quatro carros cada), com capacidade para 1.300 ageiros, contarão com ar condicionado, quatro telas de LCD em cada carro e espaços reservados para portadores de necessidades especiais. As unidades terão motores de tração em corrente alternada e poderão viajar a velocidade máxima de 100 km/h.
A audiência pública contou com a participação de empresas como Alstom, Bombardier, CAF, Mitsui (associada à Rotem) e Siemens. Após a do contrato, a empresa vencedora terá 21 meses para finalizar a entrega dos trens, cujas caixas serão de aço inox. O critério de julgamento das propostas será o de menor preço, ponto forte da Rotem/Mistui e da CAF, que nos últimos anos venceram licitações no Rio e em São Paulo oferecendo contratos financeiramente mais vantajosos.
“O fato de termos ganho a licitação anterior” – de 20 trens para o Rio, operados pela SuperVia – “nos dá uma certa vantagem de sermos mais competitivos”, afirma o gerente executivo da Mitsui, Euler Varela. Segundo executivo uma vitória neste contrato daria grande impulso ao projeto da empresa em se fixar no Brasil e fabricar os trens no país.
Seguindo caminho semelhante, a espanhola CAF está firmando uma parceria com a IESA para montar em Araraquara (SP) parte dos 40 trens para a TM e outros 17 para o Metrô de São Paulo, contrato este assinado no início de julho ado. “Se ganharmos o contrato no Rio, usaremos estas instalações para atender este contrato”, afirma Agenor Marinho, diretor da empresa. Ainda não se sabe se vai haver preferência doméstica no contrato e isso só será definido na publicação do edital. Tal mecanismo poderia dar notória vantagem para Alstom, que fabrica trens em São Paulo.
Já a Siemens estuda as possibilidades de participar da licitação. “Nada está descartado e poderíamos até nos associar a outras empresas”, afirma o coordenador de Vendas da empresa, Juarez Barcellos. O problema, a princípio, estaria no preço praticado pelos concorrentes espanhóis e asiáticos nas últimas licitações, considerado muito baixo pelo executivo. “Eram valores pouco realistas, abaixo da referência, mas fica o desafio para a Siemens diminuir seus custos para ser mais competitiva”, completa Barcellos.
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