Nos últimos 15 anos, a frota de automóveis que circula por Niterói cresceu 140%. Nenhuma grande intervenção viária foi realizada para dar conta dos novos veículos. Em abril, a pedido do GLOBO-Niterói, o engenheiro Fernando Mac Dowell calculou que o niteroiense gasta, em média, uma hora e meia por dia no trânsito; metade deste tempo em engarrafamentos. Agora, Mac Dowell analisa as propostas apresentadas pelos candidatos à prefeitura para atenuar os congestionamentos. O engenheiro se declarou satisfeito com o que viu — os candidatos, segundo ele, apostam em medidas “pé no chão”.
EDÉSIO DA CRUZ NUNES (PHS): A principal proposta é a criação de um mergulhão em frente ao Hospital Antonio Pedro, ligando as avenidas Marquês do Paraná e Amaral Peixoto.
GEGÊ GALINDO (PSDB): O tucano elege como sua prioridade a criação do sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT). O primeiro trecho construído será entre o Cafubá e a Estação Hidroviária de Charitas. Entre as outras propostas do candidato estão a sincronização dos sinais de trânsito e a implantação de corredores viários na Avenida Roberto Silveira e na Alameda São Boaventura.
JORGE ROBERTO SILVEIRA (PDT): O ex-prefeito aposta na construção de uma via expressa ligando a Região Oceânica à Alameda São Boaventura, além de um mergulhão na Avenida Marquês do Paraná, no Centro. Jorge também promete inaugurar pelo menos três garagens subterrâneas — todas embaixo de ruas, e não de praças.
PAULO EDUARDO GOMES (PSOL): A desprivatização do transporte público municipal é um dos destaques do programa de governo do candidato. Os recursos arrecadados com royalties do petróleo financiariam a reestruturação do trânsito. Outra prioridade seria a implantação do VLT.
RODRIGO NEVES (PT): O candidato quer investir na duplicação da Avenida do Contorno e na construção de terminais de integração de ônibus. Rodrigo também promete bicicletários para diversos bairros e empenho nas negociações relacionadas à Linha 3 do metrô
OPINIÃO DE ESPECIALISTA
Fiquei surpreso com a qualidade das propostas. Os candidatos trocaram projetos muito sofisticados por medidas “pé no chão”. A maioria menciona o sistema de Veículos Leves sobre Trilhos, que é dinâmico, mais barato do que o metrô e ecologicamente correto. Sua implantação é urgente no trecho entre Cafubá e Charitas. Assim como a Linha 3, cuja construção também é fundamental, o VLT vai promover a integração entre os meios de transporte, diminuindo a importância do sistema rodoviário.
Não adianta desprivatizar as empresas de ônibus, como propôs um candidato. Esta experiência já foi levada a cabo várias vezes e só levou à falência do serviço. Falta discutir as tarifas de ônibus. Os candidatos deveriam oferecer descontos nos horários adjacentes aos de pico. Assim, se todos saem de casa entre 7h e 8h, as empresas deveriam oferecer tarifa menor para quem pega ônibus entre 6h e 7h. Esta medida equilibraria a demanda pelo serviço e reduziria o tráfego na hora do rush.
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