Pela primeira vez, nos últimos 40 anos, os moradores de São Paulo estão usando mais o transporte público que os carros particulares, de acordo com a pesquisa Origem e Destino, do Metrô de São Paulo, divulgada ontem.
Segundo a pesquisa, entre as viagens diárias, 55% (13,8 milhões) foram feitas por ônibus, trem ou metrô, e 45% (11,2 milhões) pelos meios individuais (carro, táxi ou motocicleta).
O levantamento é feito a cada dez anos, desde 1967, e contabiliza o número de deslocamentos na região metropolitana de São Paulo. É a primeira vez que se detecta uma inversão de tendências.
A utilização do transporte coletivo teve crescimento de dois pontos percentuais nos 39 municípios da Grande São Paulo entre 2002 e 2007. Foram ouvidas 92 mil pessoas em 54.571 domicílios.
Segundo o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, a mudança no cenário registrada nos últimos anos é atribuída principalmente à elevação da renda da população e ao aumento da oferta de meios de transportes coletivos. Portella disse que essa utilização maior do transporte coletivo se deu principalmente entre a população das classes D e E. Na comparação com a edição anterior da pesquisa Origem e Destino, a população economicamente ativa na região metropolitana cresceu de 41% para 46%, e os empregos, 26%.
— Aumentou substancialmente nas faixas mais baixas.
Houve aumento de renda, mas não o suficiente para comprar carros — disse Portella.
O levantamento revela que nos últimos dez anos o percentual de famílias que possuem um automóvel permaneceu inalterado, 38%, enquanto aumentou de 49% para 50% as que não possuem qualquer veículo.
O meio de transporte com maior índice de crescimento de utilização na década é o trem, com cerca de 80%, seguido pelo Metrô, aproximadamente 45%. Para o secretário, a interligação entre os dois meios de transporte, em que é possível mudar de condução sem ter de pagar outra agem, contribuiu para o aumento.
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