O fundo de investimentos Invepar, integrado pela construtora OAS e pelos fundos de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ), da Caixa Econômica Federal (Funcef) e da Petrobrás (Petros), anunciou ontem a aquisição do controle do Metrô Rio por quase R$ 1 bilhão.
O negócio, que ainda terá de ser aprovado pelo governo do Rio de Janeiro, foi fechado com os controladores do Metrô: Citigroup Venture Capital (CVC), Investidores Institucionais Fundo de Investimento em Participações (IIFIP) e Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade Social (Valia).
Por meio de fato relevante ao mercado, o Invepar informou que adquiriu 61.774.477 ações ordinárias (com direito a voto) emitidas pela Oeste Participações, a maior acionista do Metrô, por R$ 13,62 cada papel, totalizando R$ 841,4 milhões. Essa negociação equivale a 96,22% do capital social e votante detido pela Oeste.
O Invepar pode comprar os demais 3,78% em poder de acionistas minoritários, como o banco Opportunity, de Daniel Dantas, nas mesmas condições da negociação com o bloco majoritário.
O Invepar também adquiriu 15.781.817 de ações ordinárias emitidas pelo Metrô, o que equivale a 14,99% do capital social e votante de propriedade da Valia por R$ 9,78 cada papel, totalizando R$ 154,3 milhões. As duas negociações totalizam R$ 995,7 milhões.
“A presente operação se alinha aos planos de expansão da atual base de negócios do Invepar, que busca ampliar e diversificar sua presença no setor de infra-estrutura”, informou o Invepar no comunicado. As ações serão transferidas para a Megapar, controlada integralmente pelo fundo.
O Invepar já tinha outros negócios no setor de infra-estrutura. Ele é também o controlador da Linha Amarela S/A, concessionária de uma das principais vias expressas do Rio, e da Concessionária Litoral Norte S/A, na Bahia. No final de outubro, o fundo foi declarado vencedor da licitação do Corredor Raposo Tavares, constituído por três rodovias no interior do Estado de São Paulo.
TRINTA ANOS
O Metrô Rio foi inaugurado em março de 1979, entrando em funcionamento na época com cinco estações. Atualmente, conta com 34 estações divididas em duas linhas. A sua concessão à iniciativa privada, por 20 anos, foi realizada no dia 19 de dezembro de 1997 e vencida pelo consórcio Opportrans. Naquela época, o ágio da negociação foi de 921,22%, pois o valor mínimo do negócio era de R$ 28,5 milhões, mas o preço oferecido pelo Opportrans foi de R$ 291,6 milhões.
O Opportrans era uma sociedade de 51% da Sorocaba Empreendimentos e Participações, cujo maior acionista é o Citigroup, mais 40% do grupo argentino Cometrans e 9% da Valia. Em 2005, o Opportrans mudou o nome para Concessão Metroviária do Rio de Janeiro S/A.
Em 2007 , o Cometrans saiu da sociedade, que ou a ser controlada pela Sorocaba (85% do capital total) e Valia, com os 15% restantes.
Os antigos controladores do Metrô anunciaram no início deste ano um investimento de R$ 1,15 bilhão na ampliação da rede. Seriam adquiridos 114 vagões para a ampliação da frota, que tinha 182 carros.
Agora, a informação é que os planos não serão alterados com a negociação anunciada ontem. O objetivo informado na ocasião era o de aumentar o número de usuários de 550 mil para 1,1 milhão por dia. Os recursos também serão usados para a modernização do sistema.
NÚMEROS
R$ 995,7 milhões é o valor pago pela OAS e fundos de pensão Previ, Funcef e Petros pelo controle do metrô do Rio.
R$ 841,4 milhões desse total foram pagos à Oeste Participações, controlada pelo Citigroup Venture Capital (CVC), maior acionista do metrô carioca.
R$ 154,3 milhões foram pagos ao fundo de pensão Valia, dos funcionários da Vale
3,78% das ações ainda estão com acionistas minoritários.
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