Vale investirá R$ 24 bilhões em 2010

Com a presença dos representantes dos principais acionistas da companhia – Previ, BNDES, Bradespar e Mitsui, além dos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil) -, o presidente da Vale, Roger Agnelli, apresentou ontem ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o programa de investimento de R$ 24,5 bilhões (US$ 12,9 bilhões) planejado pela companhia para aplicar no próximo ano. O equivalente a 63% desse valor está previsto para operações no Brasil.


O anúncio, em alto estilo, buscou selar a paz entre o comandante da mineradora e o governo. O presidente que vinha reclamando publicamente da falta de empenho da Vale em investir pesado em projetos no país, principalmente de agregação de valor, como fabricação de aço, e de ter cortado investimento no auge da crise e demitir funcionários.


Durante coletiva de imprensa, Agnelli disse que jamais teve ciência de qualquer movimento para tirá-lo do cargo. Após apresentar o plano de investimentos, ele garantiu sua permanência, bem como a dos diretores Fábio Barbosa (finanças) e Carla Grasso (assuntos corporativos), os quais tiveram seus postos colocados em xeque por suposta ligação ao PSDB.


O executivo afirmou que não tem qualquer ligação com o Bradesco, a não ser afetiva, e que sua indicação para a presidência da Vale foi aprovada por todo o conselho de istração – e não apenas pelo banco. Sobre os diretores, foi taxativo: A única coisa que os mantém e que me mantém aqui é a meritocracia. Segundo Agnelli, o plano de investimentos vai elevar o número de funcionários no Brasil para 81,4 mil pessoas, 12% a mais do que neste ano.


Apesar de dizer que Lula ficou contente com o plano, Agnelli rebateu os argumentos do presidente sobre a necessidade de a companhia agregar mais valor ao minério de ferro que comercializa. É simplificar muito dizer que precisamos agregar valor. Nós agregamos muito, disse o executivo.


Para Agnelli, a produção de minério de ferro, por exemplo, agrega mais valor do que a produção de um avião, cujas peças são quase todas importadas. Sobre os pedidos para que invista mais em siderurgia, ele apontou projetos atuais da Vale no Rio de Janeiro, Ceará, Espírito Santo e Pará, que adicionarão 15 milhões de toneladas de aço à produção nacional. É um Reino Unido, comparou, fazendo paralelo com a produção inglesa.


Agnelli disse que tem a boa relação com Lula. Sempre procurei ficar quieto, mas minha relação com o presidente Lula sempre foi extremamente positiva. Ele faz um governo fantástico e a Vale sempre contou com seu apoio, muitas vezes decisivo. Sobre os comentários do empresário Eike Batista, o executivo disse que só costuma dar ouvidos aos dos acionistas da Vale. O resto é opinião.


Os acionistas da Vale estão preocupados com o noticiário negativo sobre o relacionamento da companhia com o governo e torcem para que o encontro de ontem entre Lula e Agnelli ponha um ponto final nesse episódio. Segundo interlocutores ligados aos controladores da empresa ouvidos pelo Valor, a Vale é uma empresa de classe mundial e com forte presença nos negócios internacionais. Queremos vê-la em paz, afirmam.


A presença de todos os controladores da Vale no encontro de Lula e Agnelli, como Sérgio Rosa, da Previ, maior acionista da companhia, e presidente do conselho de istração da Vale, e de Luciano Coutinho, presidente do BNDES, sinaliza que todos estão trabalhando em conjunto para colocar uma pedra sobre esta polêmica. Não tem guerra, garantiram as fontes ouvidas.


Para os membros do conselho da Vale, Agnelli é o cara ideal para conduzir a companhia. Quanto a referida exigência do alto escalão do Planalto para afastar os diretores Carla Grasso e Fábio Barbosa, os acionistas têm o seguinte argumento: sete anos depois não faz mais sentido lógico mudá-los. Segundo as fontes, se Lula queria ver Agnelli pelas costas não ia chamá-lo para apresentar o plano de investimentos da companhia.


Aliás, o plano contempla a instalação de siderúrgicas, um dos maiores pleitos do presidente da República – uma no Pará, outra no Ceará e uma unidade em fase inicial de estudos para Espírito Santo. São projetos que ficariam prontos depois de 2012, mas cujas obras devem ser lançadas já no início do próximo ano, o último de Lula.


Sobre o desagrado de Lula com o presidente da Vale, as fontes ressaltam que, na verdade, deveu-se a uma conjunção de eventos não fortuitos que começou com a demissão de empregados no início da crise e da sensação no governo de que a Vale fazia corpo mole para investir em usinas de aço.


O investimento em aço teria problemas bem anteriores. No Maranhão, onde a Vale tinha parceria com a chinesa Baosteel, o entrave de uma briga política entre Sarney e José Reinaldo. No Ceará, as dificuldades da Petrobras em fornecer gás (a custo subsidiado) para uma unidade no porto de Pecém. A mesma parceira buscou edificar uma megausina de aço no Espírito Santo. O governo local alegou problemas ambientais, o que acabou afastando de vez a Baosteel do país. Outra pressão forte vinha da governadora do Pará, reivindicando uma fabricante de aço em Marabá, próximo da grande jazida de ferro de Carajás. A Vale, segundo as fontes, quer fazê-la e tudo que não quer é confusão com o governo.


Para completar, houve a campanha agressiva da Vale na mídia com anúncios de investimentos, também vista pelo governo como confronto. Além disso, o assédio de Eike Batista buscando apoio do governo para entrar no capital da Vale com compra das ações do Bradesco e até dos fundos de pensão.

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Fonte: Valor Econômico

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