O complexo ferroviário de Campo Grande pode ser tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e virar patrimônio nacional. A decisão do instituto será divulgada na tarde desta quinta-feira.
Reunido na cidade mineira de São João del-Rei, o Conselho Consultivo do Iphan vai avaliar a proposta de tombamento do Complexo Ferroviário da Estrada de Ferro da NOB (Noroeste do Brasil), em Campo Grande, e o pedido de registro como patrimônio imaterial para O Toque dos Sinos em Minas Gerais, tendo como referência São João del-Rei e as cidades de Ouro Preto, Mariana, Catas Altas, Congonhas, Diamantina, Sabará, Serro e Tiradentes.
Se aprovados, os processos serão encaminhados ao Ministério da Cultura para ser homologados pelo ministro Juca Ferreira.
Documento vivo – O complexo ferroviário possui 22,3 hectares e 135 edifícios em alvenaria e madeira, erguidos em datas diferentes a partir da ampliação das atividades da ferrovia.
De acordo com a superintendência do Iphan no Mato Grosso do Sul, o complexo é um documento vivo sobre o comportamento da sociedade, retratando a estratificação das classes sociais e suas relações de trabalho.
Na justificativa do Iphan/MS, o arquiteto Fábio Guimarães Rolim cita como exemplo a forma como foram feitas as residências para os funcionários da ferrovia. As casas para os operários, tanto as de 1930 quanto o conjunto da rua dos Ferroviários, de 1951, eram geminadas sendo a maioria feita de madeira. Já para os funcionários intermediários e para os graduados, as construções eram de alvenaria, em terreno único.
A poligonal de tombamento vai dos viadutos nas ruas Maracaju e Antônio Maria Coelho até o limite da área do complexo ferroviário junto à rua Eça de Queiroz.
Nos últimos anos, a Capital resgatou parte de sua história com a restauração de imóveis históricos, como a casa do engenheiro-chefe da NOB, localizada na esquina das avenidas Calógeras e Mato Grosso.
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