O retorno dos bondes modernos

Quase 200 anos depois do surgimento dos primeiros bondes, em Nova York, e quase um século após a Light ver rejeitada a sua proposta de construção de três linhas de metrô em São Paulo, prefeitos de várias cidades brasileiras tentam agora reequilibrar a rede de transporte urbano de ageiros que, desde a década de 20, priorizou o sistema rodoviário. Prefeitos mostram-se dispostos a instalar mais de 700 quilômetros de trilhos em seus municípios, por onde circularão Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs), trens urbanos, metrôs leves e pesados.


Hoje, a participação do transporte metroferroviário de ageiros nas cidades brasileiras não chega a 10%. Existem, em todo o País, 15 sistemas metroferroviários, que transportam 1,2 bilhão de ageiros anualmente. Os ônibus metropolitanos e urbanos transportam 20 bilhões de pessoas no ano. Nos últimos dez anos, no entanto, a demanda dos sistemas ferroviários urbanos aumentou em mais de 30%, enquanto os ônibus urbanos perderam esse mesmo porcentual de ageiros pagantes.


Ao anunciar o PAC da Mobilidade Urbana, composto por 47 projetos para melhorar a infraestrutura aeroportuária, de transporte e de hotelaria nas 12 cidades que sediarão os jogos da Copa do Mundo de 2014, o ministro das Cidades afirmou que 30% do investimento total será destinado aos projetos de transporte sobre trilhos. O governo federal destinará R$ 7,68 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aos novos sistemas de transporte, reforma de aeroportos e melhoria da rede hoteleira, o que, com as contrapartidas dos governos municipais e estaduais, somará R$ 11,48 bilhões.


Diante do alto custo de instalação do metrô e das dificuldades para adotar o Bus Rapid Transit (BRT) – sistema de ônibus baseado em corredores exclusivos, livres de cruzamentos e outras interferências, a maior parte dos prefeitos voltou seus olhos para os VLTs. Levantamento realizado pela reportagem do Estado mostrou que 13 das 27 capitais brasileiras têm projetos de instalação desses bondes modernos, de 40 metros de comprimento e capacidade para transportar entre 15 mil e 35 mil ageiros por hora. Outras cidades menores, do sul ao norte do País, também estudam a adoção do modelo.


Especialistas em transporte urbano de ageiros alertam para a necessidade de planejar detalhadamente a instalação desses sistemas para que não acabem sucateados como ocorreu com a iniciativa pioneira – e eleitoreira – de Campinas, no interior paulista.


São projetos que, de fato, têm um grande apelo eleitoral, mas também exigem um alto investimento inicial. Assim, só devem ser aprovados quando, efetivamente, oferecerem uma boa relação custo-benefício, ou seja, quando melhoram indiscutivelmente a qualidade do serviço prestado à população. Nas cidades que sediarão jogos da Copa, há um fator extra a ser observado: é preciso concentrar investimentos em projetos que trarão benefícios aos ageiros, mesmo após a realização do campeonato.


Em São Paulo, por exemplo, será investido R$ 1,08 bilhão na Linha Ouro do monotrilho que ligará o Aeroporto de Congonhas ao Morumbi – uma obra de óbvio impacto para o mundial. No entanto, é necessário que sejam planejadas obras complementares de integração da linha com outros modais para que esse meio de transporte seja plenamente utilizado pelos ageiros dos bairros próximos depois de 2014. Ou será mais um grande empreendimento público levando nada a lugar nenhum.


Bem planejados, os projetos de transporte urbano sobre trilhos podem produzir resultados socioeconômicos e ambientais que, em pouco tempo, garantam o retorno do investimento. Se eficazes no atendimento dos ageiros, permitem a redução do número de automóveis nas ruas e, consequentemente, do índice de acidentes, do gasto de combustível e da manutenção das vias, do tempo das viagens e da poluição atmosférica e sonora.


Evidentemente, os projetos existentes nas principais cidades não são suficientes para resolver a questão do transporte público urbano no País, mas representam um bom início.

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