Fabricados em 1975, os trens do metrô do Rio ganham em 2011 uma companhia de luxo: 19 composições de alta tecnologia começam a chegar da China para os trilhos cariocas. Componentes japoneses, ar-condicionado australiano e um design que será escolhido pelos usuários estão entre as apostas da concessionária para botar fim ao inferno astral de um meio de transporte que já foi considerado referência de qualidade.
– Os novos trens são o equivalente a um BMW. Assim que começarem a chegar, poderemos começar a reforma das Brasílias, que será como um retrofit (técnica de arquitetura em que se mantém a fachada, modernizando a parte interna do imóvel) – afirma o presidente do Metrô Rio, José Gustavo de Souza Costa.
As novas composições começam a chegar na metade do ano que vem e a expectativa da concessionária é que as 19 já estejam em circulação até 2012. Uma imensa pista foi construída na China para a realização dos 5 mil quilômetros de testes previstos antes da entrega. Um escritório francês foi contratado para a elaboração do design interno dos trens. Haverá uma pré-seleção da concessionária para que os usuários definam qual será efetivamente aplicado.
Efeito Taiwan
Outra modificação que o governo irá adotar é uma metodologia para dar mais garantia aos investidores quanto a possível demanda inferior à projetada. O medo dos investidores é que aconteça no Brasil o mesmo problema do projeto de trem de alta velocidade em Taiwan, quando houve menos ageiros do que o esperado, gerando dificuldades de caixa para o empreendimento.
Para minimizar esse risco, o governo brasileiro decidiu que irá desenvolver uma metodologia de financiamento que permita que os juros do empréstimo e o prazo de pagamento sejam alterados caso haja menos demanda do que o inicialmente projetado. O próprio edital já dará uma margem de manobra: o prazo da concessão é de 40 anos, enquanto o empréstimo deverá ser pago em 30.
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