No ano que a crise mundial desacelerou a produção ferroviária brasileira, a Randon cresceu 314% na produção de vagões, com 340 unidades em 2009, contra 82 vagões em 2008. O crescimento se deve ao fechamento de contratos de vagões de minério para a MRS; vagões hopper para a ALL e para a FCA, que pertence a Vale.
Com os anuncios de retomada de encomendas de vagões, a Randon estima alcançar a produção de 1.000 vagões em 2010. “A produção de vagões poderá surpreender. Seria um ano expecional para o mercado ferroviário”, destacou o diretor corporativo e de relações com investidores, Astor Milton Schmitt. A maior marca foi 580 vagões, em 2005.
Em outubro, a Randou vendeu 300 vagões para o grupo japonês Mitsui & Co Ltd. para uso da Multigrain na malha da FCA, sendo que 90 unidades foram entregues em 2009. O fornecimento dos outros 210 termina neste mês.
No mês de abril, a companhia inicia a entrega dos primeiros 230 vagões para a Rumo Logística, que serão operados no transporte de açúcar do interior de São Paulo ao Porto de Santos pela malha da ALL. Com fabricação de cinco vagões por dia, o fornecimento deve ser concluido no mês de julho.
A empresa esta investindo em tecnologia de vagões. O grupo está testando para a Vale vagões com uso de chapa de aço de alta resistência, que baixou a tara, com ligas mais resistentes.
No ano ado, produziu vagões de descarga rápida para a FCA, que reduziram em 60% o tempo de descarga dos produtos.
E estão interessados no desenvolvimento de estruturas para contêineres empilhados (double stack), Nada esta definido, mas o grupo já conversa com concessionárias (sem revelar qual) para esse tipo de fornecimento.
A empresa possui uma fundição modular, mas os truques fundidos utilizados nos vagões são comprados da indústria nacional e montados de acordo com o projeto. O grupo possui a tecnologia de um truque de chapas soldadas, mecano-soldado, comum para carros de ageiros. “Temos a tecnologia desenvolvida, testada e aprovada. Se tiver um gargalo podemos fazer o uso”, explicou o gerente de marketing, Claude Padilha.
O Grupo Randon tem 60 anos no mercado de transportes, sendo que a produção ferroviária iniciou em 2004.
A Randon fechou 2009 com receita bruta de R$ 3,7 bilhões, com queda de 18,6% em relação ao ano anterior. Os investimentos tiveram redução de 56%, com R$ 123,3 milhões. “Reduzimos o ritmo, mas sob nenhuma hipótese os paramos”, ressaltou Schmitt.
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