Faltando pouco mais de um mês para a entrega das propostas para a concessão do trem-bala, marcada para 11 de abril, prefeitos e governos estaduais decidiram dar um empurrão para o projeto sair do papel. Em evento realizado ontem, em São Paulo, representantes de 17 municípios que serão cortados pela ferrovia e secretários de Transportes dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro apoiaram publicamente a construção do empreendimento, que vai ligar Campinas, São Paulo e Rio.
Na avaliação deles, a implementação do Trem de Alta Velocidade (TAV) trará enormes benefícios para as cidades, que receberão investimentos bilionários, além de amenizar os problemas de mobilidade. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, aproveitou a oportunidade para reivindicar mais uma estação na capital paulista.
Ele sugeriu ao diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, que a atual estação Barra Funda seja uma parada do trem-bala. Figueiredo afirmou que vai avaliar a proposta, mas que a decisão final será tomada pelo consórcio que vencer a concessão do TAV.
A proposta de Kassab foi apoiada pelo secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Jurandir Fernandes. Ele destacou que há a possibilidade de “engatar novos projetos ao TAV”. “Se continuar no Campo de Marte, poderíamos fazer um ramal para ligá-lo ao metrô. Se fosse na Barra Funda, o problema já estaria resolvido.”
Outro entusiasta do projeto é o secretário de Estado de Transportes do Rio de Janeiro, Julio Lopes. Ele, que chegou atrasado ao evento por causa de problemas no voo entre Rio e São Paulo, contou que tem recebido empreendedores de todo o Estado empolgados com o trem-bala. “O projeto vai transformar o Rio de Janeiro.”
Durante o evento, que contou com a participação de construtores, investidores e fabricantes de equipamentos, o diretor-geral da ANTT recebeu várias contribuições (e reivindicações) para incluir no edital de licitação do TAV.
Uma delas é a desoneração de alguns materiais rodantes, com a redução de tarifas de importação, por exemplo. Outra proposta é a criação de uma espécie de comitê para que investidores e agências reguladoras (Aneel, do setor elétrico, e Anatel, das telecomunicações) possam discutir soluções elétricas e de comunicação para o trem-bala. Figueiredo garantiu que vai avaliar todas as questões.
Pontos de parada do TAV são discutidos em encontro
Representantes de cidades que podem fazer parte do percurso do trem de alta velocidade (TAV) que vai ligar Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, discutiram pontos polêmicos do projeto nesta terça-feira (1°) em São Paulo.
Segundo o secretário de Urbanismo de Campinas, Hélio Carlos Jarretta, possíveis pontos de parada do trem, no centro da cidade e no aeroporto de Viracopos, são estratégicos e descartou problemas com desapropriação. “São traçados que utilizam já caminhos pré-determinados pela prefeitura e leitos ferroviários antigos e quando chegar ao centro da cidade evidentemente que o trem de alta velocidade vai virar subterrâneo”, afirma o secretário.
O próximo o é a entrega das propostas de empresas interessadas em participar da licitação. O diretor da Agência Nacional de Transportes (ANTT) disse que o governo não deve prorrogar o prazo.
Nove especialistas internacionais sobre as tecnologias usadas em outros países. A obra deve custar cerca de R$ 33 bilhões. O vencedor da licitação vai ser a empresa ou grupo de consórcio que oferecer a menor tarifa por quilômetro.
Seja o primeiro a comentar