O ministro dos Transportes convocou uma entrevista para dar novas explicações sobre denúncias de irregularidades na liberação de dinheiro para obras. Paulo Sérgio os não descartou outras demissões.
As novas denúncias, feitas pela revista IstoÉ, envolvem R$ 78 milhões – dinheiro liberado a empreiteiras, entre abril e setembro de 2010, e que não estava previsto no contrato original de obras de ampliação e pavimentação de três rodovias federais.
Neste período, o atual ministro Paulo Sérgio os ocupava o gabinete como interino, durante a campanha eleitoral do então ministro Alfredo Nascimento.
Na entrevista, Paulo Sérgio os negou irregularidades. Disse que não havia restrições do Tribunal de Contas da União. E justificou a liberação como necessária para retirar recursos de obras que não se desenvolveram como o esperado para obras com desempenho mais satisfatório.
“Eu posso fazer um aditivo por conta de ajustes na solução técnica inicialmente imaginada e que tem que ser modificada quando do trabalho de execução”, afirmou Paulo Sérgio os, ministro dos Transportes.
O ministro os itiu ainda que pode ter havido falha no projeto original de pelo menos um trecho das obras que foram colocadas sob suspeita.
Durante a entrevista, o ministro ratificou a orientação da presidente Dilma Roussef, de fazer ajustes, afastar e até mesmo demitir qualquer pessoa que tenha uma atitude incompatível com o que deve ser a postura de um servidor público.
“A presidenta foi muito clara, ela quer que o Ministério dos Transportes possa cumprir o seu papel e suas responsabilidades em relação ao país, que são muito grandes, mas evidentemente quer isso dentro da observância, dentro dos melhores padrões do ponto de vista ético de quem quer que seja”, disse Paulo Sérgio os.
Há duas semanas, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, subordinado ao ministério, está no centro de uma crise que já resultou na renúncia do ex-ministro Alfredo Nascimento e no afastamento de cinco servidores.
Os assessores do gabinete dele, Mauro Barbosa da Silva e Luiz Tito Bonvini, o presidente da Valec, a estatal que cuida das ferrovias, José Francisco das Neves, José Henrique Sadok, diretor-executivo do Dnit e Frederico Augusto Dias, assessor da diretoria do Dnit. Todos são acusados de corrupção e estão sendo alvo de uma investigação interna.
O ministro Paulo Sergio os disse também que, durante o tempo em que foi secretário-geral do ministério, nunca soube das irregularidades que estão sendo denunciadas pela imprensa. E afirmou que outros funcionários podem ser afastados nos próximos dias.
“Não posso assegurar aqui nesse momento, mas se houver cabimento, se houver razões que justifiquem, outras pessoas podem ser substituídas, sim”, afirmou o ministro.
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