O megaprojeto de mineração Serra Sul inclui levar até o topo da futura mina – hoje área coberta por vegetação – a estrada ferroviária que liga a área de exploração de jazidas de ferro da Serra Norte ao terminal marítimo de Ponta da Madeira, no Maranhão. Serão mais 100 quilômetros de trilhos que cortarão florestas densas e savanas. No porto, um píer extra será construído para exportar o minério.
A Vale também planeja abrir uma rodovia que sairá da cidade de Canaã dos Carajás em direção à mina S11D. Embora em território do município, o bloco D da Serra Sul só pode ser ado pela vizinha Parauapebas, o que aumenta o trajeto em pelo menos 100 km.
A direção da Floresta Nacional (Flona) de Carajás está preocupada com a abertura da ferrovia. “Como será a vigilância? Pelos trilhos poderão entrar caçadores, por exemplo. Será uma rota para eles”, afirma o chefe da unidade, Frederico Martins. Habitam a Serra Sul milhares de espécies de mamíferos, aves, répteis, anfíbios e insetos. A onça-pintada é o topo da cadeia alimentar da área.
No caso de os órgãos ambientais aprovarem o empreendimento, a Vale terá ainda de submetê-lo ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, responsável pela proteção a sítios arqueológicos relevantes.
Para o coordenador de licenciamento do Centro Nacional de Arqueologia do Iphan, Rogerio José Dias, se ficar constatado, por meio de estudos científicos, que as cavernas da Serra Sul têm importância histórica, o projeto de mineração corre o risco de jamais vir a ser implantado.
“Se houver sítios com características significativas, vamos dizer à Vale que é inviável”, afirma.
Os problemas ambientais na área virgem onde o empreendimento foi planejado obrigam a Vale a adiar a entrada em operação. Nos primeiros estudos, em princípio da década ada, estimava-se que a S11D estaria funcionando em 2013. O novo prazo, anunciado por representantes da empresa em audiência pública realizada em Canaã dos Carajás no ano ado, é 2015. Não se sabe se poderá ser confirmado.
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