Livro resgata memória visual ferroviária

O Brasil perdeu o trem da história e a América do Sul também. A metáfora define o pensamento do historiador e jornalista Túlio Muniz acerca da ascensão, decadência e retomada do transporte ferroviário no Brasil – em especial, no Ceará. O assunto é abordado no segundo volume do livro “Os descaminhos de ferro do Brasil”, cuja reflexão acontece no momento em que o Brasil festeja os 158 de sua entrada nos trilhos, com a construção da Estrada de Ferro Mauá, no Rio de Janeiro, em 1854; e os 140 anos do início da Estrada de Ferro Baturité, no Ceará.


Para mostrar o apogeu do transporte ferroviário no Estado, de meados do século XIX até os anos 1980, o pesquisador lança mão a um rico material fotográfico. O resultado é um livro-álbum, com DVD, que será lançado às 19h30, no auditório da Associação Cearense de Imprensa (ACI), no Centro.


O livro foi coproduzido por José Hamilton Pereira, memorialista e engenheiro aposentado da extinta Rede Ferroviário Federal S/A (RFFSA). No evento de lançamento, os autores e a pesquisa serão apresentados pelo jornalista Nilton Almeida. Em 200 páginas (170 de imagens), os autores continuam o estudo do tema, cujo primeiro volume foi lançado ano ado.


A publicação é fruto de projeto aprovado pelo Fundo Estadual de Cultura, este ano. O segundo volume apresenta uma versão digitalizada que abrange o primeiro livro. O autor chama a atenção para os aspectos sociais, econômicos, culturais e subjetivos que envolvem o tema, que encontra eco na memória daqueles que foram sujeitos desse momento histórico. Além de curiosidade e apreensão nas gerações mais jovens que assistem ao renascimento do transporte ferroviário.


Túlio Muniz explica que, neste volume, os autores inseriram temas como a inserção das mulheres no trabalho ferroviário, o uso da mão-de-obra escrava, no início do século XIX. “A aceitação foi grande, no ano ado”, conta o pesquisador, afirmando que o desmantelamento da maioria das ferrovias cearenses são parecidos. O transporte ferroviário foi fundamental para a expansão econômica e social do País e, nas últimas décadas, ganha nova dimensão ao ser usado para o transporte urbano, caso dos metrôs e dos veículos leves sobre trilhos (VLTs).


Sobre o trabalho, o pesquisador faz questão de ressaltar: “Não se trata de uma escrita rigorosamente científica, nem tampouco corporativa”, esclarece. “As imagens são priorizadas dentro de uma proposta coerente”, diz. O historiador ressalta o apoio da Secult. O apoio foi determinante para que a exibição das imagens fosse permitido. Daí, a ideia de anexar um DVD ao livro.


Neste segundo volume, os autores aproveitaram para aprofundar as questões teóricas e conceituais, além de aumentar os temas. Cita como exemplo a inserção da mulher no transporte ferroviário, além de tocar num ponto delicado, a utilização do trabalho escravo na construção das primeiras estradas de ferro no País, e a desintegração da América do Sul. Na opinião do pesquisador, ao relegar ao segundo plano o transporte ferroviário e priorizar o rodoviário, principalmente a partir dos anos 1960, o Brasil “perdeu o trem da história” e, consequentemente, o bonde também, fazendo referência ao transporte urbano.


Não são apenas os países Desenvolvidos que investiram forte no transporte ferroviário como alternativa ao transporte de massa urbano e de carga. Governos de países como Índia e Marrocos não abriram mão das ferrovias. Túlio Muniz reconhece ser possível conciliar os meios de transportes ferroviário e rodoviário, ideia que cada vez mais vem sendo aceita, quando os centros urbanos apresentam sinais de estagnação, com longos engarrafamentos. No momento, o pesquisador consegue enxergar alguma mudança no cenário, sobretudo urbano, citando como exemplo Fortaleza. Acredita que dentro de cinco a 10 anos é possível perceber uma transformação com a ampliação das linhas de metrô e de VLTs. “É uma tendência mundial”, diz Túlio Muniz.


O Ceará também viveu os bons ventos do transporte sobre os trilhos, hegemonia que atravessou do século XIX até a década de 1980. Neste ano, o Estado completa 140 anos do início da construção de sua primeira ferrovia, a estrada de ferro de Baturité, vindo em seguida a de Sobral, na região Norte, ligando Sobral até Crateús, por volta de século XIX. Até 1980, Fortaleza ligava-se a diversos municípios como Juazeiro do Norte, Crato, além de estados a exemplo do Piauí e Maranhão, via transporte ferroviário.


LIVRO


Os descaminhos de ferro do Brasil – Vol. II
José Hamilton Pereira e Túlio de Souza Muniz
Ed. Printex
2012, 200 páginas
R$ 40


Mais informações:
Lançamento do livro “Os descaminhos de ferro do Brasil – Vol. II”, de José Hamilton Pereira e Túlio de Souza Muniz. Às 19h30, na Associação Cearense de Imprensa (Rua Floriano Peixoto, 735 – Centro). Contato: (85) 3226.6260

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