A Vale encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 3,33 bilhões, queda de 58% em relação à registrada um ano antes. A receita recuou 19% na mesma base de comparação, para R$ 22,24 bilhões, influenciada pela redução do preço do minério de ferro no período.
Os custos de produção subiram, 22%, para R$ 12,37 bilhões. Já as despesas operacionais subiram 31,5%, para R$ 3,95 bilhões, já incluindo a provisão de R$ 1,1 bilhão para processos envolvendo o pagamento de royalties.
O lucro operacional, medido pelo Ebit (antes de juros e impostos) foi de R$ 5,4 bilhões, queda de 60,2%. Já o Ebitda, que exclui também os gastos com depreciação e amortização, recuou 52%, para 7,58 bilhões.
Segundo a companhia, excluindo à provisão dos royalties, o indicador aria a R$ 8,7 bilhões.
No acumulado do ano, o lucro líquido é de R$ 115,36 bilhões, queda de 48%.
Pelas normas contábeis americanas (US Gaap), o lucro da Vale – tem recibos de ações (ADR) negociados na bolsa de Nova York – foi de US$ 1,67 bilhão no terceiro trimestre, queda de 66% em relação ao mesmo período do ano ado, um pouco acima da média das projeções de sete instituições compiladas pelo Valor, que apontavam para US$ 1,50 bilhão. A receita líquida por esse padrão foi de US$ 10,73 bilhões, comparada a US$ 16,36 no mesmo período.
A Vale tem recibos de ações (ADR) negociados na bolsa de Nova York. A empresa é a única entre as brasileiras com negociação nos EUA que ainda publica balanços em US Gaap, que não é mais uma exigência dos reguladores americanos. Desde 2007, os balanços podem ser apresentados pelas normas internacionais de contabilidade, IFRS.
Preço do minério
Os preços do minério de ferro da Vale caíram menos do que a média do mercado no terceiro trimestre, afirmou o diretor de relações com investidores da mineradora, Luciano Siani, em vídeo divulgado há pouco no website da companhia.
“O preço do minério de ferro sofreu uma queda de US$ 29 no trimestre, enquanto o nosso preço de realização sofreu uma queda de pouco menos de US$ 20, o que significa que relativamente ao mercado os preços da Vale melhoraram significativamente no período, devido a uma série de estratégicas que adotamos”, explicou o executivo.
Segundo informações do balanço, o preço do minério de ferro da Vale foi de US$ 83,7 por tonelada entre julho e setembro, contra na média dos US$ 103,3 nos três meses anteriores.
Siani ressalta ainda que o recuo nos preços da commodity foi o principal responsável pela queda no desempenho operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), o que sinaliza, segundo ele, a política de controle de custos da companhia.
O Ebitda da Vale foi de US$ 3,74 bilhões, contra US$ 5,12 bilhões um ano antes. O indicador foi impactado por uma provisão de cerca de US$ 500 milhões para a provável perda de um processo envolvendo o pagamento de royalties.
De acordo com Siani, excluindo esse efeito, a queda de US$ 1,2 bilhão no Ebitda foi exatamente a perda de receita no período. “Nesses tempos de custos em escalada, os nossos custos de mantiveram estáveis no terceiro trimestre. Mas não é ainda o que esperamos. O que queremos é reduzi-los, mas isso ainda leva um tempo”, ressaltou.
Entre julho e setembro, os custos da Vale ficaram praticamente estáveis em relação aos três meses anteriores, em leve alta de 1,2%, para US$ 6,13 bilhão (considerando o padrão US Gaap).
Para os próximos trimestres, Siani afirmou que a Vale deve seguir uma trajetória de custos declinantes, adaptação do fluxo de caixa à “nova realidade”, com foco na recuperação do desempenho operacional.
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