Zona Oeste do Rio exige investimento em transportes

O Rio de Janeiro se expande para a Zona Oeste. Dos dez bairros que mais crescem na capital, oito estão nessa área, segundo o IBGE. Camorim lidera as estatísticas, com crescimento populacional de 150,6% entre 2000 e 2010. Recreio e Barra da Tijuca também estão entre os que encabeçam a lista, com aumentos de 118,9% e 47,4%, respectivamente. Bem acima da variação da população carioca no período (7,8%).


Os novos moradores acompanham o movimento do setor imobiliário, que tem concentrado seus lançamentos na Zona Oeste devido à maior disponibilidade e preços mais baixos de terrenos que em outras regiões, como Zona Sul e Centro, onde muitos bairros estão encolhendo. São Cristóvão, por exemplo, é o bairro que mais perde gente no Rio. Em 2010, havia 30% menos moradores que no início da década.


A migração resulta ainda da prioridade dada aos investimentos públicos em infraestrutura na Zona Oeste, a reboque das Olimpíadas de 2016, e da fuga da população para condomínios fechados devido à violência. Embora esse movimento tenha perdido força com as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), foi forte nos anos 2000, o que fez de bairros como a Barra verdadeiros ímãs de gente.


A nova geografia demográfica vem criando desafios para a gestão pública de transportes. Como a maior parte dos deslocamentos é feita entre casa e trabalho, o governo tem pela frente a tarefa de unir os polos do município que concentram moradores aos centros geradores de empregos, sem agravar o já caótico trânsito na cidade.


Para especialistas, a solução de curto e médio prazo é investir no sistema público de transportes, com ênfase na redução do tempo de espera nos trens da Supervia e na expansão do metrô. A longo prazo, a estratégia deve ser acompanhada por políticas de habitação e desenvolvimento que estimulem a moradia onde está o emprego, e vice-versa.


Levantamento feito pelo especialista em planejamento urbano Mauro Osório mostra que a população carioca está concentrada na chamada Zona Suburbana (basicamente Zona Norte, excluindo Tijuca) e na Zona Oeste, que detêm, juntas, 79,3% dos residentes. A oferta de trabalho formal nas duas áreas responde por 46,9% do total. No Centro, ocorre o inverso. Enquanto 35,43% dos empregos formais estão lá, a região abriga apenas 4,71% dos moradores do Rio.


— Temos de estimular novas moradias na área de planejamento 1 (Centro e Zona Portuária), bem como o adensamento produtivo na área de planejamento 5 (antiga área rural do Rio, que responde por parte da Zona Oeste, como os bairros de Santa Cruz e Campo Grande). Ao mesmo tempo, precisamos desestimular a moradia na Zona Oeste, ao contrário do que vem sendo feito hoje — diz Osório, que coordena o Observatório de Estudos sobre o Rio da Faculdade de Direito da UFRJ.


Boa parte dos projetos que visam a melhorar a mobilidade urbana tem a Zona Oeste como eixo central. Entre eles estão os quatro corredores logísticos batizados de Bus Rapid Transit (BRT), que têm R$ 5,2 bilhões de investimentos públicos. Pensados em conjunto, os corredores tornarão mais fácil a vida de turistas e atletas que chegarem ao Rio para os Jogos Olímpicos de 2016, mas vão resolver parcialmente problemas dos moradores da cidade, dizem especialistas.


O primeiro BRT, a Transoeste, foi inaugurado em junho deste ano e liga Santa Cruz ao terminal Alvorada, na Barra. A Transcarioca, em obras, ligará a Barra ao Aeroporto Internacional Galeão/Tom Jobim. A Transolímpica, por sua vez, conectará o Recreio a Deodoro, no subúrbio da Central do Brasil. E a TransBrasil ligará Deodoro ao Aeroporto Santos Dumont, no Centro. Todas as vias estarão prontas até 2016, e estima-se que reduzirão em até 60% o tempo gasto no trajeto.


— Os BRTs são uma boa solução a curto e médio prazos, mas são suficientes? Provavelmente não. A maior parte das pessoas que se deslocam diariamente vai para o Centro. É preciso criar mais alternativas para ligar a Zona Oeste ao Centro, como uma linha dupla do metrô — diz Paulo Cézar Ribeiro, do Programa de Engenharia de Tranportes da Coppe/UFRJ.
Supervia amplia frota e revitaliza estações.


Com investimento previsto de R$ 5,6 bilhões, a linha 4 do metrô ligará a Barra a Ipanema, numa linha contínua à que conecta o bairro da Zona Sul ao Centro. O ideal, diz Ribeiro, é que as composições que partissem da Barra seguissem para Botafogo, por exemplo. O especialista em transportes da Uerj Alexandre Rojas lembra que um ônibus transporta até cem pessoas, enquanto uma composição do metrô, até três mil. Daí sua relevância para desafogar o trânsito.


Rojas ressalta ainda a importância dos trens da Supervia. Para ele, é preciso não apenas modernizá-los como reduzir o intervalo entre eles, de modo a atrair mais usuários e, assim, diminuir o número de veículos em circulação.


A Supervia está investindo, em parceria com o governo do estado, R$ 2,4 bilhões até 2020 na modernização e expansão da frota, revitalização das estações e sinalização. Está prevista a compra de 120 trens chineses e a reforma de outros 73 até 2016. Uma leva de 29 composições (com quatro carros cada) já chegou ao Brasil, uma oferta adicional de cem mil lugares.


A promessa da companhia é que, com os novos trens, o tempo de espera dos usuários cairá para até três minutos no ramal Deodoro e para seis minutos nos demais ramais. Hoje, quem opta por esse meio de transporte tem de esperar pelo menos o dobro do tempo.

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