A Vale chegou a um acordo com o governo de Mendoza, na Argentina, para postergar até 29 de fevereiro o prazo para apresentar o cronograma para a retomada das obras da construção da mina de potássio Rio Colorado.
A informação foi dada pelo governador da província, Francisco Pérez, durante entrevista coletiva. Ele informou ter se reunido com o presidente da Vale, Murilo Ferreira, e o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, na embaixada do Brasil em Buenos Aires. “Concordamos com o pedido na medida em que a Vale pague os salários de todos os trabalhadores, contratados e subcontratados nos meses de janeiro e fevereiro para levar-lhes tranquilidade”, disse Pérez. O governo de Mendoza havia dado um prazo até segunda-feira para a Vale definir a situação.
As obras, que empregam 4,5 mil pessoas, estão paradas desde 22 de dezembro. A situação do projeto, segundo definição do governador, “é delicada e complexa”. Ele disse que “a empresa manifestou que seus gastos dispararam na etapa de construção, sobretudo na parte ferroviária”.
O governador evitou dar detalhes sobre se a Vale correria o risco de perder a concessão da mina, mas afirmou que a Argentina vai levá-lo adiante com outros investidores. “É preciso tratar o assunto com prudência, mas vamos insistir com toda contundência que este projeto vai seguir adiante da maneira que pudermos desenvolvê-lo, independentemente da decisão que a Vale tomar no futuro”, observou.
Pérez afirmou que seu governo, junto à istração pública federal, busca todas as alternativas possíveis de financiamento para que a obra seja retomada o mais rápido. O governador de Mendoza disse que os esforços estão concentrados na busca de investidores.
Pérez também confirmou informações antecipadas por fontes à Agência Estado que a companhia pediu ao governo uma redução de impostos para poder continuar com a obra de construção da mina. “Já lhes dissemos que isso é impossível. A presidente (Cristina Kirchner) disse que isso ia desequilibrar o Estado, porque implica uma perda de dinheiro muito significativa”, disse. Segundo o governador, a Vale pediu isenções no valor entre US$ 1,5 bilhão a US$ 2 bilhões para compensar as altas dos custos.
O projeto Rio Colorado foi orçado inicialmente em US$ 6 bilhões. Segundo estimativas de fontes do mercado, com a alta de custos, o orçamento do projeto já teria chegado a US$ 8 bilhões.
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