A mineradora busca interessados em investir no empreendimento, que foi suspenso em março.
“São coisas que certamente demoram, não são decididas overnight”, afirmou o executivo a jornalistas após uma palestra em um congresso de siderurgia, no Rio de Janeiro.
A mineradora anunciou recentemente a realização de um acordo com sindicatos e autoridades na Argentina para demitir seus funcionários e interromper o projeto orçado em 6 bilhões de dólares, após semanas de discussões e ameaças do governo local de retomar a concessão por causa da suspensão do negócio.
A lei argentina prevê que os direitos de concessão de uma empresa sejam mantidos por até quatro anos, mesmo que o concessionário fique sem investir por esse período.
Enquanto isso, a mineradora continuará tentando vender o projeto para recuperar os mais de 2 bilhões de dólares já gastos na mina e na melhoria da ferrovia e porto, essenciais para levar o potássio para o mercado.
Ferreira disse nesta quinta-feira que estuda alternativas para a produção de potássio –importante matéria-prima de fertilizantes– para substituir o projeto na Argentina.
“Estamos discutindo as alternativas e todo o planejamento, as prioridades, porque o nosso plano A era o projeto da Argentina”, disse.
Em março, uma fonte disse à Reuters que a empresa quer retomar dois projetos de potássio, um em Sergipe e outro no Canadá.
Siderúrgicas
A Vale descarta levar adiante, pelo menos por enquanto, dois de seus três projetos de siderurgia.
O executivo disse que não há definições sobre a usina planejada para ser erguida no Espírito Santo. A falta de investidor estratégico interessado no negócio desanimou a mineradora.
Já as obras da Aços Laminados do Pará (Alpa), unidade prevista para ser construída no Norte do país, não deverão ser retomadas enquanto um ime quanto à logística não for solucionado, reafirmou Ferreira.
As obras de construção da Alpa estão suspensas porque o governo federal retirou do orçamento do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) uma hidrovia crucial à siderúrgica, antecipou a Reuters em setembro do ano ado.
Economia
Dois dias após afirmar que o câmbio está “fora do lugar” no Brasil, o presidente da Vale saiu em defesa da economia nacional, ao mencionar que a situação em vários outros países não é melhor que a brasileira.
Em meio a críticas de representantes da siderurgia sobre aspectos da economia brasileira, como a política cambial e a carga tributária, o presidente da Vale disse que nas suas muitas viagens a trabalho pelo mundo encontrou um cenário de dificuldades também no exterior.
Segundo ele, é “ingenuidade achar que temos um cenário benigno no Brasil”.
Ele lembrou que a participação da Vale no mercado interno de minério de ferro tem recuado e que a companhia tem interesse de aumentar sua relevância nas vendas no país.
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