Os moradores de Ribeirão Vermelho (MG) esperam com ansiedade o dia em que a estação ferroviária e a rotunda que existem na cidade estarão restauradas. Depois de 10 anos do reconhecimento como patrimônio histórico do município, o conjunto arquitetônico foi tombado pelo Conselho do Patrimônio Cultural de Minas Gerais, uma conquista importante para o trabalho de conservação dos imóveis. Agora, um projeto de restauração começou a ser desenvolvido e deve contemplar, inclusive, o Rio Grande, que a próximo do complexo.
“O que muda é que o estado vai ter um olhar mais próximo. Antes era distante. Agora aproxima o Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Arquitetônico), o conselho e o Ministério Público, com mais força para conseguir recurso”, diz o secretário de Cultura e Turismo de Ribeirão Vermelho, Giovani Augusto de Oliveira.
O prédio da estação foi construído aos pés da Serra do Mudo com materiais importados da Escócia e da França e começou a funcionar em 1896. Por cerca de 60 anos, foi o coração da ferrovia. Usado no transporte de minério, era para muitos ageiros a principal ligação entre o centro do país e o litoral do Rio de Janeiro.
Em uma das principais áreas do complexo ferroviário de Ribeirão Vermelho ficava a rotunda, mecanismo que direcionava as locomotivas para manutenção e reparos em até 30 lugares diferentes. Mais de 100 funcionários já chegaram a trabalhar no complexo até que ele se tornou um depósito de máquinas antigas, quando chegaram os trens a diesel. Hoje está tomado por animais e mato.
“As coisas têm que se desenvolver, têm que andar, senão o mundo não anda. Só que elas podem andar sem que se despreze o anterior, só isso. E deprezaram. É isso que a gente lamenta”, comenta o ferroviário aposentado Antônio dos Santos Dias, que trabalhou no local por 30 anos.
Em 2012, o complexo ferrioviário foi bastante afetado pela enchente do Rio Grande. Todos os prédios ficaram inundados. Com o projeto de restauração que deve ser iniciado, a ideia é tornar o rio um aliado. “A gente não pode pensar no complexo e esquecer do rio. Então a ideia é unir com a pesca esportiva, que já traz turismo, e também atender a necessidade de uso para o município mesmo”, observa o secretário de Cultura e Turismo.
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