Após uma hora de interdição causada por falha em trem e vandalismo, o serviço do Metrô do Distrito Federal começou a ser restabelecido por volta das 20h desta quinta-feira (3) na estação Central, na rodoviária do Plano Piloto. Apesar do tumulto registrado horas antes, o embarque era tranquilo no local às 20h30, e as filas eram consideradas normais para o horário.
Muitos ageiros pegaram ônibus na volta para casa com medo de que o Metrô não voltasse a funcionar ainda nesta quinta. Quem não conseguiu embarcar teve o dinheiro da agem, de R$ 3, devolvido.
Em dias normais, o Metrô costuma transportar entre 40 mil e 50 mil pessoas no fim da tarde. Não haverá extensão no horário desta quinta, e os trens param de rodar às 23h.
Seis trens da companhia foram danificados pelos ageiros durante o tumulto. Fora do horário de pico (entre 16h45 e 20h15), o Metrô voltou a rodar com dez vagões. Os veículos danificados am por manutenção nesta sexta (4).
Confusão
A confusão no Metrô começou por volta das 18h. ageiros que utilizavam o serviço quebraram vidros dos trens e desceram para os trilhos eletrificados após uma pane no sistema pneumático de um dos veículos. Segundo o órgão, a falha atingiu apenas um trem, mas causou pânico nos usuários em outras regiões do sistema.
Todos os trens retornaram à estação Central, na Rodoviária do Plano Piloto, para avaliação do prejuízo. O Metrô pediu apoio de ônibus para “completar” o trajeto dos ageiros da estação Arniqueiras até Samambaia e Ceilândia.
A paralisação começou pelo trecho entre a estação Central e a estação Arniqueiras, onde a pane foi registrada. Por volta das 19h, a direção do Metrô informou que o serviço seria interrompido em todas as estações, sem previsão de retorno, devido ao prejuízo e à insegurança gerados pela reação dos usuários.
Atendimentos médicos
Oito ambulâncias do Samu foram enviadas à estação Arniqueiras até as 19h30 para o atendimento dos ageiros. Segundo o Metrô, nenhum caso grave tinha sido identificado até este horário. A maior parte das ocorrências era de desmaios e tonturas, causados pelo forte calor e pelo tumulto dentro dos trens.
No total, 12 pessoas precisaram ser levadas para hospitais, de acordo com informações do Samu. Das nove pessoas atendidas na estação Arniqueiras, oito foram encaminhadas ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT), e uma, ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Todas tiveram ferimentos leves.
Na estação Guará, duas pessoas tiveram fraturas nos braços e nas pernas ao tentar sair dos trens paralisados. Elas foram encaminhadas ao centro de trauma do Hospital de Base, no centro de Brasília. Uma pessoa com ferimentos leves foi encaminhada para o Hospital Regional do Guará.
Espera
Sentados na escadaria de o ao Metrô, um grupo de amigos esperava a redução do movimento nos ônibus na rodoviária do Plano Piloto quando o serviço foi retomado, por volta das 20h.
“A gente estava indo embora quando disseram para a gente que havia tido um acidente na estação Concessionárias”, disse a bailarina Leticia Carollyn, que ia para Taguatinga. “A fila estava muito grande então preferimos sentar aqui e ficar esperando”, afirmou a promoter Leticia Carollyn.
Falhas em cadeia
A falha atingiu um carro entre as estações Guará e Arniqueiras por volta das 17h30. O sistema pneumático é responsável pela abertura das portas e pelo freio dos trens, de acordo com o Metrô. Os ageiros que estavam no veículo foram orientados a descer e caminhar, com segurança, até a estação mais próxima.
A demora na condução desses ageiros causou insatisfação nos usuários em outros veículos, que sofriam com o calor, o tempo seco e a lotação excessiva das composições. Com isso, muitos forçaram a saída dos trens e desceram para os trilhos.
A energia teve de ser desligada em todo o trecho para evitar que alguém fosse eletrocutado, segundo a istração, o que atrasou ainda mais a normalização do sistema. Na confusão, várias janelas foram quebradas. Imagens enviadas à TV Globo mostram que alguns usuários aram mal e foram atendidos, nos próprios trens, por outros usuários.
Metro DF divulga nota de esclarecimento
Leia a íntegra da nota de esclarecimento do Metrô DF
O Metrô-DF lamenta os transtornos provocados para a população na noite de quinta-feira (3) e manhã desta sexta (4).
Os transtornos de ontem começaram quando um trem apresentou falhas no sistema pneumático (responsável pela abertura de portas e freios), por volta das 17h30. Os ageiros do trem que estava atrás acionaram o dispositivo de segurança em razão do calor e impaciência e desceram à via. O Metrô precisou tirar a energia dos trilhos para evitar acidentes com os usuários, e isso paralisou o sistema. As 24 estações tiveram que ficar fechadas das 19 às 20 horas, quando voltaram a circular 10 trens.
Durante o incidente provocado na noite de quinta-feira, seis trens foram depredados.
Hoje, por volta das 4 horas, bandidos armados renderam vigilantes e explodiram dois caixas eletrônicos do Banco do Brasil na estação Terminal Samambaia. A Polícia Civil isolou a estação para realizar perícia, e a Polícia Militar vasculhou a região em busca de possíveis artefatos explosivos que ainda estariam na estação. Por isso, foi necessário tirar a energia dos trilhos até a Estação Samambaia Sul. As estações Samambaia e Samambaia Sul ficaram fechadas.
No início da operação de hoje, a Estação Furnas funcionou como terminal. Por volta das 7 horas, a estação Samambaia Sul foi aberta e ou a ser a estação terminal no trecho entre Samambaia Sul e Águas Claras. Para otimizar a operação, dois trens circularam entre Samambaia Sul e Águas Claras. Os usuários desembarcavam na estação Águas Claras e embarcavam nos trens que vinham de Ceilândia. Neste momento, havia 19 trens circulando entre a estação Ceilândia e a estação Central.
Por volta das 8 horas de hoje, um trem apresentou fumaça na Estação Águas Claras e foi rebocado para o pátio de manutenção. Por 15 minutos, o ramal Ceilândia ficou parado, mas foi normalizado em seguida.
Informamos que as ocorrências contra o patrimônio do Metrô acarretam prejuízos a todos os usuários do sistema.
Presidência do Metrô-DF.
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