O Condephaat, um departamento ligado à Secretaria Estadual da Cultura para a defesa do patrimônio histórico, quer saber a opinião dos moradores de Bauru (SP) sobre o que fazer com os prédios da antiga Estação Ferroviária da cidade, que já foi uma das mais famosas da América do Sul. Uma consulta pública está aberta até o dia 15 deste mês para ouvir o que os moradores da cidade têm a dizer.
A história por trás dos trilhos e vagões parece ter ficado só como o espelho do tempo que ou. Há 50 anos, avam pela Estação Ferroviária de Bauru mais de 30 trens por dia, mais de mil pessoas circulavam pela estação, saiam para fazer longas viagens. Era o maior entroncamento férreo do interior da América do Sul, mas hoje quem olha tudo isso aqui de perto logo percebe: o ado não está preservado.
Por isso que, o historiador João Francisco Tidei defende o tombamento do patrimônio histórico da Estação Ferroviária e dos prédios que a cercam. “A ferrovia foi tudo na formação de Bauru como uma espécie de capital regional e essa recuperação da memória é fundamental para mostrar o que foi e cobrar a recuperação da ferrovia. ”
Inaugurada em 1939 a ferrovia Noroeste foi uma potente ligação entre o estado de São Paulo e Mato Grosso do Sul, mas depois da desativação parece que tudo caiu no esquecimento. A Estação Ferroviária de Bauru até começou a ser restaurada e ocupada, mas quem a perto sente o cheiro do abandono, da estrutura mal aproveitada.
Por isso que o Condephaat, Conselho Estadual do Patrimônio Histórico decidiu abrir a consulta pública para saber da população o que deve ser feito com os prédios do complexo ferroviário de Bauru. A Prefeitura é contra o projeto de tombamento defendido pelo órgão, segundo o secretário de cultura Elson Reis. “Nós não podemos concordar com o tombamento, cercar o espaço e tombar a área inteira. Tem muito espaço degradado na região central da cidade que precisa de intervenção para reurbanizar esse espaço”
A arquiteta Ludmilla Tidei, que fez estudos sobre a preservação de estações ferroviárias, defende o tombamento como a melhor forma de preservação da história por trás dessas construções. “Esse patrimônio conta a história da cidade, porque senão a população vai perder essa memória. Não é uma memória para ser loteada. ”
Para participar da consulta online é só entrar no site da Secretaria de Cultura do Estado.
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