Áreas de apoio ao sistema portuário vão sair do papel

Para tentar reduzir o problema das enormes filas de caminhões com mercadorias parados nos portos a Secretaria Especial dos Portos desenvolveu, em 2014, um projeto para a criação das Áreas de Apoio Logístico Portuário (AALPs). A primeira fase do projeto, que conta com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), contemplou a realização de estudos para 16 AALPs no entorno de portos organizados, permitindo a análise de capacidade e demanda, determinação de zona aproximada para localização, funcionalidades, dimensionamento e análise de pré-viabilidade econômico-financeira de cada área.

As áreas serão instaladas nos portos de Aratu e Salvador (BA); Fortaleza e Pecém (CE), Vitória (ES); Itaqui (MA); Santarém e Vila do Conde (PA); Suape (PE); Paranaguá (PR); Itaguaí e Rio de Janeiro (RJ); Rio Grande (RS); Imbituba, Itajaí e São Francisco do Sul (SC), e Santos (SP). De acordo com a SEP, os estudos evidenciaram que há viabilidade econômica de implantação do projeto, na maioria dos casos, em sua integralidade por parte da iniciativa privada.

Como próximos os, a SEP discute com as Autoridades Portuárias a fim de que seja publicado Regulamento de Credenciamento de Exploração de Áreas de Apoio Logístico Portuário em cada porto e, em seguida, realizada chamada pública para que os interessados em implantar AALPs no entorno dos portos possam se apresentar.

No Rio foi constatada a necessidade de instalação de um truck center, mas, como não foram identificadas áreas próprias da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), a empresa agora está buscando outras áreas públicas e privadas. “Já recebemos a minuta do regulamento da SEP e estamos na fase final de elaboração para partir para o credenciamento de áreas, a exemplo do que foi feito em Santos”, diz Guilherme Souza, diretor de gestão portuária da CDRJ. “O Porto do Rio recebe de 2 mil a 2,3 mil caminhões e não tem capacidade de parqueamento. O objetivo é criar um pátio regulador com ligação com o porto independentemente das grandes linhas de o como a avenida Brasil e a Linha Vermelha”, afirma.

O conceito de AALP engloba diversos tipos de infraestruturas: pátios de estacionamento de caminhões, armazenagem, e serviços como bancos, hotéis, lanchonetes. A implantação das áreas será complementar ao projeto Cadeia Logística Portuária Inteligente, que prevê o acompanhamento do o de veículos aos portos por meio de um sistema integrado de informações, o Portolog.

A SEP destaca que já existem pátios reguladores de caminhões que atendem ao porto de Santos, implantados pela iniciativa privada mediante credenciamento junto à Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), bem como ao porto de Paranaguá (PR), sendo que neste caso a área pertence e é operada pela Autoridade Portuária.

“As Áreas de Apoio Logístico Portuário e o Portolog começaram a ser introduzidas pela SEP e diversos ministérios, como os de Agricultura e Transporte, no âmbito do Plano Safra. Criaram-se retroáreas e pátios de estacionamento para que os caminhões só desçam na hora programada. O Plano Safra 2016 começa no final de janeiro, e o porto tem de estar preparado”, diz José Alex Botelho de Oliva, presidente da Codesp.

Ele explica que hoje há três áreas no Porto de Santos operando como pátios credenciados atuando como estacionamentos reguladores rotativos de caminhões de granéis sólidos. Um deles está localizado em Sumaré, operado pela Rumo Logística; e dois, em Cubatão, operados pela Ecoporto e pela Rodoparque. As três áreas têm capacidade para três mil caminhões.

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