O ministro Alfonso Prat-Gay aterrissou no aeroporto internacional Juscelino Kubitschek em Brasília e teve vários encontros em sequência: com Luciano Coutinho, presidente do BNDES; com o ministro da Fazenda Nelson Barbosa e com o chanceler Mauro Vieira. Mesmo assim, ele teve um tempinho para conversar com a imprensa do Brasil.
Embora tenha sido parco e tenha evitado dar algumas respostas, Prat-Gay disse que em seu encontro com Coutinho chegaram a um acordo sobre a necessidade de reativar um projeto argentino quase paralisado: o soterramento da ferrovia Sarmiento, uma obra que, no começo, contou com o financiamento do BNDES. Os italianos também participariam do relançamento do projeto, como deixou entrever o premiê Mateo Renzi em sua visita a Buenos Aires. Segundo o próprio Prat-Gay, “existe uma carteira de projetos pré-aprovados” que contam com a vênia do BNDES. Ele disse que o Sarmiento era o “primeiro da lista”. A obra, que teve entre seus construtores a brasileira Odebrecht, está parada desde 2006.
A reunião com seu colega Nelson Barbosa foi de outro tipo. Eles conversaram sobre a posição a ser levada à reunião do G20, que acontecerá em Xangai no fim do mês. Não é a primeira vez que eles se conversam: já em Davos, onde ambos participaram do Fórum Econômico Mundial, os dois ministros tiveram tempo para trocar opiniões. “Nós estamos coordenando uma posição comum”, disse Prat-Gay ao sair do Ministério de Fazenda em Brasília. As dificuldades pelas quais os dois países estão atravessando também fez parte da agenda. Nesta quarta-feira, a agência qualificadora de risco Standard & Poor’s diminuiu a nota do Brasil pela segunda vez em quatro meses. Colocou o país no nível de alto grau especulativo para os investidores.
Prat-Gay disse que o governo de Mauricio Macri está decidido a encontrar uma solução para o problema dos detentores de dívida: “Nós queremos deixar esse assunto para trás” e “garantir o o da Argentina a créditos para infraestrutura”.
Depois o ministro da Fazenda e Finanças da Argentina se dirigiu ao Palácio do Itamaraty, onde se reuniu com o Ministro de Relações Exteriores Mauro Vieira.
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