A receita do setor de mineração no Brasil caiu pelo quinto ano consecutivo em 2016, quando o valor de vendas em dólares foi metade do verificado em 2012. Os dados são do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração).
No ano ado, foram US$ 24 bilhões (R$ 75 bilhões na cotação atual), ou 7,7% a menos que em 2015. A última queda foi menos acentuada que a dos anos anteriores (em 2015, caiu 35%).
O mercado atingiu um patamar que deve ser o padrão durante algum tempo –a previsão para 2017 é de uma receita parecida com as dos dois últimos anos.
“As cotações do minério de ferro entre 2011 a 2014 estavam fora da curva, chegaram a US$ 150 (R$ 474 no dólar atual)”, diz Marcelo Ribeiro Tunes, diretor do Ibram.
O preço médio da tonelada no último mês foi de US$ 80 (R$ 248), de acordo com a consultoria Metal Bulletin.
Mudanças na demanda e na oferta explicam o novo patamar, afirma Felipe Beraldi, consultor da Tendências.
“Houve acréscimo à produção global. Pelo lado do consumo, a China até melhorou recentemente, mas a longo prazo deve desacelerar à medida em que deixar de investir em infraestrutura.”
Os preços para produzir minérios também baixaram, diz Valdir Farias, diretor-executivo da Fioito Consultoria.
“Durante o boom, o preço tornou viável até mesmo a produção na própria China, e isso afetou a oferta. Agora, só permanecem as empresas realmente competitivas.”
O Brasil exportou mais minério durante os anos em que a cotação caiu, o que compensou, em parte, a deterioração dos preços.
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