O metrô de Belo Horizonte está parado
no tempo desde 2002, ano em que as últimas três estações – São Gabriel,
Primeiro de Maio e Waldomiro Lobo – foram inauguradas. Desde então, várias
promessas de expansão foram feitas, sendo a mais recente em novembro ado,
quando o governo federal liberou R$ 157,7 milhões para a ampliação da linha 1.
Mas, em vez de crescer, o serviço corre o risco de parar de funcionar, conforme
O TEMPO mostrou nesse domingo (4).
A reportagem teve o a ofício
assinado pelo diretor presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos
(CBTU), José Marques de Lima, no qual ele relata o severo corte promovido pelo
governo federal no orçamento dos metrôs em 2018 e prepara alternativas. Além de
interrupção de serviço de manutenção, conservação e limpeza, ele prevê a
restrição do funcionamento apenas para os horários de pico – de segunda a
sexta-feira, das 5h30 às 8h30 e das 17h30 às 19h30 – a partir de 5 de março.
“Misericórdia, acaba com a nossa vida.
Esperava que o metrô chegasse até Betim (região metropolitana), não que fosse
diminuir ou fechar”, disse a comerciante Lígia Bruna Avelino, 30. A verba
destinada pelo governo federal para BH foi de R$ 56 milhões, quase metade do
enviado em 2017 – R$ 103 milhões. Esse dinheiro só dura até junho, segundo o
Sindimetro-BH.
Nesta segunda-feira (5),
representantes do sindicato vão a Brasília pedir apoio de parlamentares e
cobrar mais recursos do Ministério das Cidades. O deputado federal Laudívio
Carvalho (SD/MG) disse que buscará entender a necessidade e pedir mais
recursos. “Falta interesse e diálogo entre os governos”, afirmou.
Injustiça
“Se houver redução é injustiça, pois
são 210 mil pessoas por dia. Quanto o metrô não vai perder com isso?”
Geraldo Barbosa, 72, aposentado
Necessidade
“Preciso do metrô em horários
alternativos. Não sei o que vou fazer se reduzir, dependo do serviço
diariamente.”
Roseimeire da Silva, 46, cuidadora de
idosos
Posicionamentos sobre a crise
Governo. A assessoria de imprensa da
Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) declarou que o
metrô é competência da União e que não iria comentar o assunto.
Prefeitura. O município de Belo
Horizonte informou que irá se manifestar nesta segunda-feira (5).
União. A reportagem tentou contato com
o Ministério das Cidades e a CBTU, mas os assessores não foram localizados.
Relatório. Em um plano de ação de
2017, a CBTU já sinalizava a crise, com queda de 6% na receita e de 1,2% no
índice de usuários.
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