A aguardada retomada das obras da
Linha 6-Laranja não ocorrerá mais como planejava o governo do estado. Isso
porque o grupo que negociava a compra da concessão, hoje em mãos da empresa
Move São Paulo, desistiu da proposta, informou nesta sexta-feira (2), a
Secretaria dos Transportes Metropolitanos em nota.
Segundo o governo, o conselho de
istração do grupo China Railway Engineering Corporation Ltd. (CREC), que
assumiria 50% do negócio, não ficou satisfeito com as condições pedidas pelas
empresas que controlam a Move São Paulo.
Além da CREC, a japonesa Mitsui, hoje parte da Move, e o grupo brasileiro
RUASinvest faziam parte da associação que pretendia assumir a PPP, que prevê a
construção e operação da Linha 6.
“Acompanhávamos de perto essa
transação entre as empresas privadas pois era de interesse público. Lamentamos
que a compra da concessão não tenha se concretizado pois declarar a caducidade
e dar início a um novo processo licitatório vai fazer com que as obras demorem
mais tempo para serem retomadas e concluídas”, disse o secretário da pasta,
Clodoaldo Pelissioni.
Agora, a gestão Alckmin notificará a
Move São Paulo para que retome as obras em até 30 dias contados a partir desta
segunda-feira (5). Caso isso não ocorra, e a chance obviamente é mínima, o
governo dará início ao que se chama processo de caducidade do contrato, ou
seja, o encerramento da PPP por descumprimento por uma das partes. Após isso,
terá de ser realizada nova licitação baseada no que resta ainda de obras da
linha de 15 km e 15 estações.
17 meses parada
As obras da Linha 6 foram
interrompidas pela Move São Paulo no início de setembro de 2016 quando a
empresa não obteve um empréstimo do BNDES com juros atraentes capazes de bancar
o investimento necessário. Tudo por culpa das suas sócias, envolvidas na
Operação Lava Jato e que perderam o crédito na praça. Sem recursos, a empresa até
tentou negociar, mas sem sucesso. Mais tarde, aceitou a ideia de negociar a PPP
com outras empresas, mas após várias consultas apenas o grupo chinês e seus
sócios fizeram uma proposta concreta.
O fim da negociação é uma péssima
notícia não só para o governo Alckmin, mas principalmente para a população que
será beneficiada com a nova linha. Isso porque o processo de relicitação deve
demorar muito tempo e ficar para a próxima istração que será eleita em
novembro para assumir em 2019. Numa projeção simplista, é possível imaginar que
esse edital só vá ser publicado no ano que vem após toda a burocracia que
envolverá esse distrato com a Move São Paulo, entre mensurar o que foi feito e
pago e o que ainda falta.
Caso o leilão ainda ocorra no ano que
vem, o que é difícil também, o novo grupo responsável deverá reiniciar as obras
apenas em 2020 provavelmente. Com pelo menos quatro anos de obras pela frente,
a Linha 6, na melhor das hipóteses ficaria pronta por volta de 2024 ou 2025.
Lembrando que isso é apenas uma estimativa genérica.
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