Perigo nos trens de NY: freios ruins e peças estragadas

Inspetores federais dos EUA descobriram
dezenas de vagões de trem da empresa New Jersey Transit cheios de riscos de
incêndio, freios defeituosos e falhas elétricas quando examinaram a
problemática rede ferroviária que transporta diariamente 95.000 trabalhadores a
Manhattan.

Um motor apresentava tantos defeitos
que foi declarado inseguro, mostram documentos obtidos por meio da Lei de
Registros Públicos Abertos do estado americano de Nova Jersey. Em alguns casos,
as próprias verificações da NJ Transit não identificaram problemas descobertos
um ou dois dias depois por representantes da istração Federal de Ferrovias
dos EUA (FRA, na sigla em inglês). Um desses problemas era uma locomotiva com
válvulas de ar emperradas e engrenagem desalinhada que comprometia o núcleo do
sistema de freio. Em outro caso, os equipamentos que proporcionam tração em
trilhos escorregadios estavam quebrados.

Embora os órgãos reguladores federais
examinem as ferrovias com regularidade, as falhas de segurança da NJ Transit os
levaram a realizar uma auditoria mais ampla em 2016. Apesar de a agência
aparentemente ter solucionado a maior parte dos problemas encontrados, no ano
ado os inspetores testaram os equipamentos da NJ Transit com uma frequência
sem precedentes e descobriram defeitos persistentes que evidenciam anos de
orçamentos insuficientes e riscos rotineiros para mais de 300.000 ageiros
diários.

 

Inspeções negligentes

 

“Como podem afirmar que os trens
estão aptos para operar?”, disse Richard Beall, engenheiro ferroviário
aposentado e consultor de acidentes de trens em Miami. “Deveria haver
inspeções minuciosas todos os dias. Se a FRA consegue descobrir uma peça
faltante no freio, a empresa também pode.”

As 400 páginas de relatórios validam
as queixas dos ageiros nas redes sociais sobre a chiadeira das rodas e a
instabilidade das suspensões. Os ageiros têm pouca capacidade de avaliar
sua segurança pessoal. A FRA e a NJ Transit não dão pronto o às
informações; a NJ Transit demorou mais de cinco meses para atender ao pedido de
o a registros públicos da Bloomberg.

De janeiro a setembro de 2017 os
inspetores federais apresentaram 84 relatórios, quase o mesmo número que nos
três anos anteriores combinados. Em 10 casos recomendaram que a NJ Transit,
líder em multas por insegurança entre as ferrovias que realizam transporte
diário de ageiros nos EUA, pagasse penalidades não especificadas.

Na cidade de Hoboken, em Nova Jersey,
em 12 de agosto, uma locomotiva e seus quatro vagões foram encontrados
estacionados na via 11 sem que todos os freios estivessem acionados. O
maquinista estava “no vagão 6558, esticado em posição de dormir, com o
telefone celular pessoal ligado e em uso”, informou o relatório de
inspeção. Ele não estava “de forma alguma ‘prestando atenção’ no
equipamento em que estava”.

Diane Gutierrez-Scaccetti, comissária
interina de transporte de Nova Jersey e presidente do conselho da NJ Transit,
disse que a agência e os órgãos reguladores federais estão em estreita
cooperação.

“Eles são nossos parceiros nisso,
não nossos castigadores”, disse em entrevista coletiva, em Trenton, em 15
de fevereiro. A NJ Transit afirma que corrigiu muitas falhas identificadas
pelos inspetores. O maquinista que descansava em Hoboken não estava violando
nenhuma regra porque estava em seu intervalo, segundo Nancy Snyder, porta-voz
da NJ Transit. Apesar disso, o episódio foi apontado como motivo de preocupação
pela a da ferrovia, que recomendou uma multa porque não estavam
acionados todos os freios do trem.

Fonte: Jornal Floripa

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