Agronegócio trava acordo para novas tabelas

As discussões para a edição de uma
nova tabela de preço mínimo do frete rodoviário empacaram na resistência do
agronegócio, disse nesta terça-feira, 12, ao Estado o ministro dos Transportes,
Portos e Aviação Civil, Valter Casimiro. Segundo ele, das cinco tabelas em
elaboração pelo governo, uma para cada tipo de carga, a única sobre a qual não
havia entendimento era a dos graneleiros (mercadorias a granel).

Casimiro acompanha de perto as
tentativas de acordo entre os produtores rurais e caminhoneiros, que buscam
formas de romper o ime. Na terça pela manhã, ele esperava que fosse fechado
um acordo ao longo do dia, mas não foi o que ocorreu.

“Não foi deliberado nada ainda”,
afirmou o coordenador executivo do Movimento Pró Logística da Associação de
Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja), Edeon Vaz Ferreira,
representante de um grupo de empresas que precisa dos serviços do transporte de
carga a granel. Segundo ele, apesar da resistência, os caminhoneiros têm
discutido alternativas ao tabelamento que buscam manter os rendimentos da
categoria. “Os caminhoneiros têm problemas de renda, principalmente na
entressafra.”

As discussões sobre um mecanismo
substituto ao preço mínimo, porém, são embrionárias. A fixação do preço não é
aceita pelo agronegócio. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse ser
“pessoalmente” contra o tabelamento. Mas, como integrante do governo, não lhe
cumpre discutir a medida.

O ime no preço do frete fez travar
o transporte de carga no País, segundo mostrou o Estado em sua edição de
segunda-feira, 12. Casimiro itiu que há problemas localizados. “Mas o
transporte está ocorrendo”, afirmou. “Não é o caos, mas também não é a
normalidade.”

Em contraste, Blairo traçou um retrato
dramático. Segundo ele, os frigoríficos não conseguem trazer as mercadorias
para os portos. As exportadoras estão 11 dias atrasadas com as exportações que
deveriam ser transferidas para os portos. “São 450 mil toneladas de produtos
por dia. Temos mais de 60 navios parados. É necessário se chegar a um acordo.”

Ele disse não saber quando será
superado o ime e comentou que o grande número de representantes dos
caminhoneiros é uma dificuldade no processo de negociação.

“O escoamento tem de ocorrer, senão a
gente vai chegar numa situação muito grave de ter soja na mão de produtor, de
produtor estar colhendo milho e não ter onde armazenar e também de os armazéns
das empresas estarem cheios”, disse o presidente da Associação Brasileira das
Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar. Segundo ele, para honrar
seus contratos, os exportadores estão recorrendo à soja argentina.

 

– Fonte: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,agronegocio-trava-acordo-para-novas-tabelas,70002348144


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