Estação centenária é abandonada em meio a assentamento no interior de SP

Dentro de
suas salas, não resta mais nada do ado de glamour que abrigou no início do
século ado. Onde antes os homens com suas cartolas aguardavam a chegada do
trem há apenas sacos de defensivos agrícolas e lixo.

Na antiga
estação Boa Sorte, em Restinga (a 389 km de São Paulo), apenas a arquitetura de
sua construção e alguns poucos detalhes remetem ao ado ferroviário do
local.

Já sem
trilhos desde 1988, a estação ou a ter função dividida entre depósito e uma
igreja evangélica.

As maçanetas
originais deram lugar a correntes e cadeados e o interior da estação corre
risco de ruir. Também não há mais os guichês nem vidros nas janelas.

Da placa
indicativa dos horários dos trens implantada pela CMEF (Companhia Mogiana de
Estradas de Ferro), só restam as frases “para cima” e “para baixo”, indicando o
sentido das composições.

Inaugurada
em 1887, a estação inicialmente foi chamada de Sapucahy-Mirim, em alusão ao
hoje chamado rio Sapucaí, que corta municípios da região. Mas logo teve o nome
alterado para o atual.

Por um
século, transportou ageiros e cargas, especialmente o café produzido na
região de Franca.

Dez anos
após a retirada dos trilhos, a propriedade rural em que ela se encontra foi
invadida por sem-terras, que criaram um acampamento que mais tarde se
transformou no assentamento 17 de Abril. O local tem esse nome em referência
aos 19 sem-terra mortos dois anos antes em Eldorado dos Carajás (PA).

A estação
faz parte de um complexo que abriga 13 imóveis, entre eles uma outra igreja,
católica, e integrava a Linha do Rio Grande da Mogiana, que ligava Ribeirão
Preto a Sacramento (MG).

Diferentemente
de outros imóveis do auge ferroviário, a Boa Sorte não foi tombada pelo
Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico
e Turístico) ou órgão municipal de preservação. Ironia, faltou sorte.

 

– Fonte: http://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2018/06/03/estacao-centenaria-e-abandonada-em-meio-a-assentamento-no-interior-de-sp/


 

Fonte:

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