Garantia para investidor de bônus da Andrade Gutierrez depende de alta da CCR

Os investidores de bônus da Andrade Gutierrez terão de
torcer pela valorização da CCR para poder ter direito às ações da
concessionária de rodovias como garantia para seus papéis, apurou o Valor.

As ações da CCR já são usadas como lastro de R$ 1,6 bilhão
em empréstimos tomados pela Andrade Gutierrez no Banco do Brasil (BB) e no
Bradesco, na proporção de pelo menos duas vezes o valor. Toda vez que a cotação
dos papéis da concessionária superar a proporção de 2,2 vezes a dívida com os
bancos, eles poderão ser liberados como lastro para os bônus. A condição é que
seja respeitada a cobertura mínima de duas vezes para as instituições
financeiras, segundo fontes a par das conversas.

Hoje, a cobertura das dívidas bancárias está em 1,7 vez –
abaixo, portanto, do patamar mínimo exigido pelas instituições.

As condições para o uso dos papéis da CCR foram esclarecidas
ontem pela Andrade Gutierrez aos detentores de US$ 345 milhões em bônus da
companhia que venceram em abril. Há pouco mais de uma semana, a companhia
lançou uma oferta para trocar esses títulos de dívida por papéis novos, com
vencimento em 2021. Porém, havia dúvidas entre os investidores sobre o o
às garantias, entre outros pontos. Diante disso, a empresa fez ajustes na
proposta.

As ações da CCR não são o único lastro dos títulos a serem
emitidos, embora sejam o mais valioso. Os novos bônus serão cobertos por
garantias da Andrade Gutierrez Engenharia, Andrade Gutierrez Investimentos em
Engenharia e Zagope SGPS, além de uma alienação fiduciária condicional de ações
ordinárias da CCR. O grupo detém 14,86% dos papéis da concessionária de
rodovias.

Na nova proposta, a Andrade Gutierrez manteve a taxa de 11%
ao ano – contra 4% ao ano pagos pelos bônus que venceram em abril. Porém,
anunciou que o primeiro pagamento de juros será em 20 de fevereiro de 2019 – e
não mais um ano após a emissão, como estava previsto. Nesse pagamento inicial,
a companhia poderá, a seu critério, pagar taxa de 12% ao ano.

Por conta das mudanças, a Andrade estendeu de 1º de agosto
para 3 de agosto o prazo para adesão antecipada à oferta. O prazo final para
aceitar ou rejeitar a proposta continua sendo 15 de agosto.

Em comunicado ao mercado, a companhia informou que a decisão
de fazer emendas à oferta de troca segue discussões com os investidores.
Segundo a Andrade Gutierrez, os credores sinalizaram que apoiam a proposta com
os termos revisados. O maior detentor dos títulos antigos é a gestora de
recursos Ashmore.

A Andrade não concedeu entrevista. BB e Bradesco não se
pronunciaram até o fechamento desta edição.

 

Fonte: https://www.valor.com.br/financas/5698859/garantia-para-investidor-de-bonus-da-andrade-gutierrez-depende-de-alta-da-ccr


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