Não há mais espaço para subsídios pesados, afirma presidente do BNDES

BRASÍLIA – À
espera de uma retomada de novos investimentos, o BNDES que será entregue ao
próximo presidente da República não só diminuiu de tamanho e mudou de perfil
como deve se firmar nos próximos anos como o maior formulador de projetos do
País. Para o presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, independentemente do
candidato ao Palácio do Planalto que vencer as eleições, não haverá espaço para
uma reviravolta da política de subsídios pesados usando o banco.

“Isso
acabou. Não há volta”, diz Oliveira ao Estadão/Broadcast em entrevista no seu
gabinete em Brasília, onde tem despachado alguns dias da semana. Ex-ministro do
Planejamento, Oliveira avalia que a reorientação da política do BNDES,
conduzida durante o governo Michel Temer, “veio para ficar” porque é coerente e
não há mais espaço no Orçamento do Tesouro Nacional para um retrocesso nessa
área e nem mudança na Taxa de Longo Prazo (TLP), que substituiu a Taxa de Juros
de Longo Prazo (TJLP) na correção dos empréstimos do banco. Oliveira diz também
que o ambiente de taxa de juros mais baixa diminuiu a potência de uso de taxas
subsidiadas como ocorreu no ado

“Uma coisa é
subsidiar com uma taxa de juros de 15% e aí dar subsídio para baixar para 9%,
7% ou como se chegou a fazer a 2,5%. Outra coisa é fazer com taxa de 6,5%. Vai
baixar para zero?”, pondera. Segundo ele, um projeto que não é viável com uma
taxa de 6,5% precisa ser melhor avaliado.

Símbolo
máximo da política de estímulo a grandes empresas com taxas subsidiadas pelo
Tesouro que marcou o governo do PT, o BNDES desde 2016 ou por uma
recauchutagem com a criação da TLP, a aceleração da devolução dos empréstimos
bilionários do Tesouro que bancaram anos de financiamento barato para setores
específicos.

Empréstimos.
Do pico de 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) de desembolsos em 2014, o BNDES
deve fechar este ano com 1% em empréstimos. A reorientação também alterou o
perfil de empresas financiadas. A previsão é que ao final de 2018 os
desembolsos para as micro e pequenas empresas feche em 49% do volume de
financiamento do banco e 41% para infraestrutura. No auge, entre 2012 e 2013, o
financiamento para as micro e pequenas empresas não ava de 20% e só começou
a subir em 2016 com a nova orientação. Esse é o perfil que o banco dever seguir
para frente, na avaliação de Oliveira

O presidente
do BNDES lembra que antes havia uma concentração de recursos em grandes
projetos e aplicações em empresas que tinham o ao mercado de capitais e
que acabavam fazendo “arbitragem” no mercado com o dinheiro do BNDES: “Pegava o
dinheiro barato e aplicava no mercado ganhando com a diferença de mercado.”

 

Nó do banco

Pelas
projeções do banco, a estimativa é de um total de R$ 1 trilhão de investimentos
entre 2018 e 2021 – valor que não tinha sido alcançado desde 2014. Ele ite
que a baixa demanda, após quatro anos de recessão, é o grande nó do banco. Ele
avalia que após as eleições o investimento volta se houver uma agenda econômica
que alimente a confiança.

Até o fim do
ano, o banco também deve aumentar a venda prevista de ativos de R$ 10 bilhões
para R$ 12 bilhões.

 

Fonte: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,nao-ha-mais-espaco-para-subsidios-pesados-afirma-presidente-do-bndes,70002538167


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