O presidente do Consórcio Intermunicipal ABC, entidade que reúne prefeitos da região, Paulo Serra, disse na tarde desta segunda-feira, 01º de julho de 2019, que o Governo do Estado de São Paulo informou aos chefes dos executivos municipais que ainda nesta semana anuncia qual será o meio de transporte escolhido para a linha 18-Bronze do ABC: se continua o projeto de monotrilho ou se no lugar será escolhido um sistema de ônibus rápidos com mais capacidade que um corredor comum de ônibus: BRT – Bus Rapid Transit.
“Vai ser essa semana, a gente está aguardando um retorno. A resposta que tenho, de sexta-feira, que nesta semana será feito o anúncio. Eu estou aguardando agenda. Eu sou prefeito, estou esperando o Governador me chamar e ar a data. Eu tenho certeza que nesta semana, o anúncio acontecerá” – disse Paulo Serra, que também é prefeito de Santo André, em entrevista coletiva após lançar o Festival de Inverno de Paranapiacaba.
Em 2014, o Governo do Estado assinou um contrato de PPP – Parceira Público Privada com o Consórcio VemABC para a construção de um monotrilho, sistema de média capacidade, de trens leves com pneus que trafegam em elevados sustentados por pilastras. Este monotrilho não se trata de metrô pesado em relação a capacidade, velocidade e operação.
A linha 18 foi projetada para ter 15,7 km, ligando as cidades de São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul e São Paulo (estação Tamanduateí – linha 2- Verde do Metrô e linha 10-Turquesa da TM).
De acordo com dados do próprio Governo do Estado de São Paulo, obtidos por meio da Lei de o à Informação no início deste ano, em 2014, quando ocorreu a do contrato, o monotrilho custaria R$ 4,69 bilhões (R$ 4.699.274.000,00) para ficar pronto. O valor, de acordo com a atualização do orçamento pelo Governo do Estado, pulou para R$ 5,74 bilhões (R$ 5.741.542.942,61), elevação de 22,18%.
O alto custo do modal diante da média capacidade (entre 340 mil e 400 mil ageiros por dia) e as dificuldades do governo do Estado em conseguir financiamento das desapropriações, que vão custar R$ 600 milhões, fizeram, segundo o Governador João Doria, repensar se é vantajoso continuar com o projeto de monotrilho ou se outros sistemas mais baratos e com capacidade semelhante poderiam ser melhores opções. A principal alternativa considerada é um sistema de ônibus rápidos com velocidade e capacidade superiores a corredores comuns: BRT.
O consórcio VemABC diz que já investiu R$ 5 milhões para adiantar etapas que seriam feitas após a de ordem de serviço e que, se houver descontinuidade de projeto, pode cobrar R$ 50 milhões de indenização.
MONOTRILHO:
A Linha 18-Bronze foi projetada inicialmente para ser um sistema de monotrilho, que deveria estar pronto entre o final de 2015 e o início de 2016. O projeto chegou ao quinto aditivo e ainda não há definição sobre o início das obras e a do sexto.
O maior obstáculo é o financiamento das desapropriações para a implantação dos elevados para os trens com pneus e as estações. Nas contas do Governo do Estado de São Paulo, estas desapropriações devem custar aos cofres públicos em torno de R$ 600 milhões.
Em 2014, o monotrilho da linha 18-Bronze tinha uma previsão de consumir R$ 4,69 bilhões (R$ 4.699.274.000,00) para ficar pronto. O valor, de acordo com a atualização do orçamento pelo Governo do Estado, pulou para R$ 5,74 bilhões (R$ 5.741.542.942,61), elevação de 22,18%.
Os dados são da Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos e foram obtidos pela reportagem do Diário do Transporte por meio de Lei de o à Informação no início do ano.
Isso significa que cada quilômetro do monotrilho do ABC custaria, se saísse hoje do papel, R$ 365,7 milhões (R$ 365.703.372,14) – sem as correções entre janeiro e junho.
A demanda projetada pelo Governo do Estado para o monotrilho com toda a extensão concluída é de em torno de 340 mil ageiros por dia.
No dia 8 de abril, durante inauguração da estação Campo Belo da Linha 5 Lilás do Metrô, o governador João Doria e secretário de transportes metropolitanos, Alexandre Baldy, disseram que o modelo proposto para a linha 18 seria mudado. Doria também afirmou na ocasião que o modelo pensado para a linha “foi um erro”
“Importante registrar que nós vamos modificar esse formato. Houve um erro, a nosso ver, do governo que nos antecedeu, mas ao invés de ficar aqui apenas culpando o ado, vamos tratar de encontrar soluções para o presente e o futuro. Nós teremos um outro formato que não vai exigir 600 milhões de reais de pagamento de indenizações por desapropriações, até porque isso é inviável, nós não temos recursos no orçamento para essa finalidade. Então esse planejamento que o secretário Baldy tem conduzido será apresentado em breve, para que a nova solução a ser apresentada ela seja conclusiva, e não uma opção inviável e que gere apenas expectativas e não fatos reais e concretos”, concluiu Doria na oportunidade, sem, no entanto, falar em troca de modal.
No dia 25 de fevereiro, o presidente do Consórcio VemABC – Vidas em Movimento, Maciel Paiva, que ganhou a licitação para o monotrilho, disse que já foram gastos R$ 5 milhões pelas empresas, antes mesmo do início da vigência do contrato da PPP – Parceria Público Privada de construção e operação do modal, para adiantar ações como levantamento das áreas a serem desapropriadas e os procedimentos necessários para posteriormente obter a licença ambiental.
O Consórcio não descarta ir à Justiça contra o Governo do Estado se houver mudança de modal.
O cronograma de licitação do monotrilho foi o seguinte, de acordo com o Governo do Estado e apresentação do VemABC:
Abertura dos envelopes: 03 de julho de 2014.
– do Contrato com o VemABC: 22 de agosto de 2014
– 1º Aditivo Contratual (prorrogação da etapa preliminar): 22 de agosto de 2015; válido até 22 de fevereiro de 2016
– 2º Aditivo Contratual (prorrogação da etapa preliminar): 29 de agosto de 2016; válido até 22 de novembro de 2016
– 3º Aditivo Contratual (prorrogação da etapa preliminar): 24 de novembro de 2016; válido até 22 de maio de 2017
– 4º Aditivo Contratual (prorrogação da etapa preliminar): 18 de julho 2017; válido até 22 de novembro de 2017
– 5º Aditivo Contratual (prorrogação da etapa preliminar): novembro de 2017; válido até 22 de novembro de 2018
O Consórcio VemABC tem a seguinte estrutura acionária: 55% Primav Construções e Comércio S/A (sendo que o grupo italiano Gavio tem 69% e o Grupo CR Almeida responde por 31%), 22% da Construtora Cowan S.A., 22% do Grupo Encalso Damha e 1% do Grupo Roggio, argentino.
Colaborou Janete Ogawa – Rádio ABC
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