Chineses fazem única oferta por ponte na BA

Um consórcio formado pelos grupos chineses CCCC (China Communications Construction Company) e CR20 (China Railway 20 Bureau Group) foi o único a fazer proposta pelo projeto da Ponte Salvador-Itaparica. O leilão será realizado na sexta-feira, em São Paulo, mas os envelopes com os documentos foram entregues ontem, na sede da B3.

O empreendimento do governo baiano é uma Parceria Público Privada (PPP) de 35 anos. O objetivo é construir uma ponte de 12,3 quilômetros entre a capital e a Ilha de Itaparica, que deverá encurtar a viagem dos atuais 90 minutos para aproximadamente 30 minutos, além de facilitar o o entre capital e o litoral sul do Estado.

A obra está orçada em R$ 5,3 bilhões, dos quais R$ 1,5 bilhão sairá dos cofres públicos. Além do aporte, o governo pagará contraprestações ao grupo privado, para garantir a viabilidade econômica-financeira do projeto.

O critério de escolha do vencedor, segundo o edital, é justamente o valor da contraprestação anual paga pelo Estado – aquele que pedir o menor montante vence, sendo o pagamento máximo R$ 56,2 milhões por ano. Como, no caso, há apenas um grupo concorrendo, não deverá haver grande desconto.

Ao todo, estima-se que o contrato movimente até R$ 7,65 bilhões ao longo dos 35 anos, contabilizando contraprestações e tarifas de pedágio que serão cobradas dos usuários.
A oferta das companhias chinesas já era uma certeza na licitação – seus representantes chegaram a comparecer em peso em outro leilão rodoviário na B3, realizado na semana ada, apenas para assistir.

Os dois grupos que integram o consórcio são gigantes de infraestrutura na China. A CCCC, que lidera o grupo, começou a atuar no Brasil em 2016, ao adquirir o controle (80%) da construtora Concremat. Um dos principais investimentos feitos desde então foi um terminal privado no Maranhão, em parceria com a WTorre, cuja obra foi iniciada em março de 2018.

A CR20 é uma subsidiária do grupo China Railway Construction Corporation (CRCC). Nos últimos meses, a companhia quase fechou a compra da linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo, mas o negócio acabou sendo assinado com a companhia espanhola Acciona.

O grupo espanhol também chegou a avaliar o leilão da ponte Salvador-Itaparica. Até o último momento da entrega de envelopes, ainda havia dúvidas sobre a possível participação da Acciona. Ao fim, porém, a empresa acabou não apresentando proposta.

A ideia de fazer uma ponte entre a capital e a Ilha de Itaparica é antiga, da década de 1960. A versão atual do empreendimento começou a ser desenhado em 2010, ainda sob forte descrença por parte do setor privado de que haveria viabilidade econômico-financeira. A visão em relação ao projeto começou a ficar mais otimista neste ano, quando os grupos chineses começaram a manifestar interesse pelo contrato.

A principal dúvida é se haverá demanda de ageiros suficiente na ponte para justificar os investimentos, segundo pessoas que analisaram o projeto.
A avaliação é que o empreendimento poderá ter um aumento de fluxo caso a ilha de Itaparica e as praias do litoral Sul em a desenvolver seu potencial turístico, o que elevaria a movimentação.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2019/12/10/chineses-fazem-unica-oferta-por-ponte-na-ba.ghtml

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