A pandemia de Covid-19 trouxe desafios inéditos e complexos para os gestores públicos, sobretudo na mobilidade urbana. As ações para impedir a disseminação do vírus na cidade de São Paulo são as mesmas adotadas na maioria das grandes metrópoles do mundo: fechamento do comércio, suspensão das aulas e recomendação para que a população cumpra quarentena em casa. A paralisação temporária de nossa rotina anterior, no entanto, não se traduz em calmaria na mobilidade.
Assim que a Covid-19 chegou a São Paulo, nosso desafio ou a ser não somente garantir o deslocamento para quem realmente precisa, mas também preservar a saúde dessas pessoas -incluindo aí motoristas e cobradores de ônibus- e minimizar os riscos de contágio.
Os profissionais de saúde e trabalhadores de serviços essenciais precisam se locomover diariamente no transporte público municipal.
Suspendemos o rodízio para veículos leves para aliviar a demanda no transporte coletivo e determinamos a limpeza no interior dos ônibus ao término de cada viagem. Os 31 terminais istrados pela SPTrans receberam sinalização de solo para que os usuários respeitem um distanciamento mínimo.
O prefeito Bruno Covas (PSDB) também determinou a obrigatoriedade do uso de máscara de proteção facial nos ônibus municipais, táxis e carros de aplicativo para motoristas, cobradores, funcionários de terminais e ageiros.
Com a quarentena ainda em vigor, verificamos que a demanda por ônibus chegou a cair 77%. São 7 milhões de ageiros a menos no sistema. Foi necessário readequar a frota de 14 mil veículos e, atualmente, 53% dela está nas ruas, enquanto a média de ageiros gira em torno dos 30% de um dia útil antes da Covid-19. A SPTrans monitora essa movimentação em tempo real para qualquer ajuste que se faça necessário.
Para que as empresas de ônibus possam atravessar esse momento difícil e voltar a atender em sua total capacidade após o fim da pandemia, lei municipal prevê a possibilidade de a prefeitura conceder subvenções por quatro meses para pagar parte dos salários de trabalhadores.
Liberamos também a circulação em período integral dos caminhões que fazem abastecimento de itens essenciais como medicamentos, materiais hospitalares e alimentos. Para os profissionais de saúde, foi liberada a zona azul no entorno das unidades. Para os estudantes, mantivemos a gratuidade e a meia tarifa mesmo com a suspensão das aulas.
Já os índices de zero quilômetro de congestionamento registrados no início da quarentena voltaram a subir, demonstrando que parte da população voltou a circular, o que pode levar a indesejadas medidas de restrição de mobilidade com o intuito de preservar a vida.
A Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes continua trabalhando para oferecer mobilidade urbana para todos. Mas, por enquanto, quem puder deve ficar em casa. Como o prefeito Bruno Covas tem dito, a pandemia será mais rapidamente vencida com a colaboração e união de todos os cidadãos.
*Edson Caram, Secretário municipal de Mobilidade e Transportes de São Paulo
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