Os riscos de associar investimentos na Ferrogrão à imagem negativa do Brasil na área ambiental foram expostos ao governo por grupos interessados no projeto. O resumo executivo do road show organizado pelo governo com potenciais investidores e financiadores indicam esse ponto como sensibilidade. No texto, aponta-se a necessidade de comunicar muito bem os benefícios socioambientais do projeto para evitar má-fé de terceiros.
O Ministério Público Federal (MPF), junto com cinco organizações da sociedade civil, enviou em outubro uma representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo para suspender o processo licitatório da Ferrogrão.
A alegação é que o projeto pode ter impacto sobre 48 territórios de povos indígenas e que o governo estaria se recusando a fazer consultas às comunidades, com base na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O Ministério da Infraestrutura e o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) sustentam que a ferrovia ará a quatro quilômetros da terra indígena mais próxima e causou a desafetação (redução) de apenas 0,054% do Parque Nacional do Jamanxim.
Quase um terço do traçado da ferrovia estará a uma distância de até 300 metros da BR-163, facilitando o de fornecedores aos futuros canteiros. Outros aspectos ressaltados pelo governo são a redução em torno de 50% das emissões de gases-estufa (na comparação com o crescimento do transporte por caminhões) e uma blindagem contra o efeito espinha de peixe – quando o aumento da atividade econômica gera faixas de desmatamento cortando um eixo central – provocado por uma rodovia.
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