Metrô exonera chefe da segurança; saída ocorre após casos de violência e negligência em estações

Estação Sumaré do metrô, Zona Oeste de São Paulo, em 6 de maio de 2021. — Foto: Fábio Vieira/FotoRua/Estadão Conteúdo
Estação Sumaré do metrô, Zona Oeste de São Paulo, em 6 de maio de 2021. — Foto: Fábio Vieira/FotoRua/Estadão Conteúdo

G1 – O Metrô de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (8) a exoneração do chefe de segurança operacional da empresa, que, segundo comunicado da companhia, aconteceu por motivos pessoais.

A exoneração aconteceu depois de vários episódios de violência e má prestação de serviço registradas nas últimas semanas em estações.

Também nesta quinta houve uma reunião entre representantes do Metrô e da Polícia Militar, marcada depois da onda recente de assaltos e agressões dentro de estações.

A Polícia Militar e o Metrô de São Paulo estão desenvolvendo uma parceria para empregar PMs no reforço da segurança nas estações e no seu entorno, nos moldes de uma iniciativa que já está presente nas estações da TM.

De acordo com balanço da TV Globo, neste ano, foram registradas ao menos 16 ocorrências de violência no transporte metroviário, sendo dois casos de ageiros baleados e seis, esfaqueados. Outros oito foram ocorrências de roubos ou arrastão.

As ocorrências foram registradas nas estações Santa Cecília (Metrô), Brigadeiro (Metrô), Brás (Metrô), Consolação (Metrô), Trianon-Masp (Metrô), Luz (TM), Luz (Metrô), Higienópolis-Mackenzie (Metrô), Conceição (Metrô), Anhangabaú (Metrô), Tatuapé (Metrô), Vila Prudente (Metrô), República (Metrô), Sumaré (Metrô) , Sé (Metrô) e Corinthians-Itaquera (Metrô).

Por meio de nota, o Metrô afirmou que a companhia “vai definir o novo chefe do departamento, enquanto isso, a função é desempenhada interinamente pelo gerente de operações”. A respeito da reunião, informou que “segue intensificando a segurança em suas estações com uma parceria com a Polícia Militar para o reforço nas estações e entornos, além do auxílio da Delpom (Delegacia de Polícia do Metropolitano) para elaborar novas estratégias. Na tarde de hoje (08), a Companhia se reuniu com o Delegado-titular da DELPOM e também com o Coronel Camilo, para discutir os desdobramentos da parceria”.

Acidente com deficiente visual

Na quinta-feira (2), uma deficiente visual caiu nos trilhos da estação Trianon-Masp, da Linha 2-Verde, e quase foi atropelada por locomotiva.

Magda Paiva, de 46 anos, relatou que o acidente foi ocasionado por causa da falta de funcionários para prestar o serviço de apoio.

“O Metrô está realmente com esse problema de falta de funcionário. Geralmente os usuários me ajudam. Mas ontem eu acabei não achando ninguém para ajudar. Os funcionários prestam serviço da melhor maneira que eles podem. Isso é fato. Mas nem sempre tem gente suficiente para ajudar o cego”, disse Magda ao g1.

Por meio de nota, o Metrô afirmou que puniu o funcionário que falhou no atendimento à ageira que caiu na via da estação Trianon e que “atende 2 mil Pessoas com Deficiência (PCD) todos os dias, além de contar com estações íveis”.

Porém, reportagem da TV Globo mostrou que a empresa tem pelo menos de 901 cargos de operador de transporte metroviário vagos em 2022 na capital paulista, segundo o Portal de Transparência do governo do estado.

Esses operadores trabalham no atendimento aos ageiros nas estações e na operação dos trens e são responsáveis, por exemplo, pelo auxílio aos deficientes que utilizam esse transporte diariamente.

Falta de funcionários

A produção do SP2 constatou que, em abril deste ano, o Metrô tinha 3.286 postos de operadores de transporte metroviário na empresa, mas apenas 2.385 vagas estavam ocupadas. Ou seja, faltavam 901 vagas para serem preenchidas na empresa.

Na falta dos operadores de transporte, quem tem que fazer o auxílio dos ageiros são os agentes de segurança, função que também tem vagas em aberto, com 152 postos de trabalho a serem preenchidos, segundo os dados do mesmo portal.

A empresa informou que vai preencher os cargos vagos atualmente chamando os últimos concursados que fizeram prova para ingressar na companhia.

Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/09/08/metro-exonera-chefe-da-seguranca-saida-acontece-apos-casos-de-violencia-e-negligencia-nas-estacoes.ghtml

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