Valor Econômico – A Vale fechou o primeiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 8,1 bilhões, queda de 1,53% em relação ao mesmo período do ano ado. De janeiro a março, a receita de vendas da empresa foi de R$ 47,4 bilhões, alta de 13,1% sobre o igual trimestre de 2024. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou em R$ 18,1 bilhões no primeiro trimestre deste ano, aumento de 7%.
No balanço em dólares, houve queda nos principais indicadores financeiros nos três primeiros meses do ano. A receita caiu 4%, o Ebitda, 9%, e o lucro, 17%, sempre na comparação anual. A empresa prioriza a divulgação do resultado em dólares, uma vez que a maior parte da base acionária da companhia está no exterior.
O recuo do resultado se relaciona com preços menores para o minério de ferro, principal produto da empresa, e do níquel.
O preço médio realizado pela companhia para os finos de minério de ferro foi de US$ 90,80 por tonelada, queda de 10% sobre igual período do ano ado. No níquel, o preço médio realizado pela mineradora no primeiro trimestre de 2025 foi de US$ 16.106, queda de 4,4% em relação a igual período de 2024. Segundo a empresa, os maiores volumes de vendas e menores custos unitários em minério de ferro, combinados com o melhor desempenho da Vale Base Metals, compensaram parcialmente o impacto dos menores preços no minério de ferro e níquel.
“Estamos vendo um bom momento na gestão de custos, com nosso C1 [custo caixa] atingindo US$ 21 por tonelada no primeiro trimestre, continuando a trajetória de queda ano a ano. Nossos projetos de geração de valor continuam a progredir, sendo elementos essenciais para aumentar a flexibilidade do nosso portfólio e melhorar a eficiência operacional e de custos”, disse na mensagem do resultado o presidente da Vale, Gustavo Pimenta.
Pimenta acrescentou que o atual ambiente macroeconômico e a volatilidade do mercado reforçam a importância da estratégia da Vale em um horizonte até 2030. “Estamos construindo uma empresa ainda mais competitiva, capaz de prosperar em qualquer condição de mercado. Com essa abordagem, estou confiante de que geraremos valor significativo para todos os nossos stakeholders [públicos de interesse]”, afirmou.
No primeiro trimestre, a dívida líquida expandida da Vale, que envolve compromissos com as tragédias de Mariana e Brumadinho, situou-se em US$ 18,2 bilhões, alta de 11% em relação ao primeiro trimestre de 2024. A dívida cresceu pelo pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio.
A empresa também atualizou dados sobre Brumadinho e Mariana. No caso de Brumadinho, 75% dos compromissos acordados foram concluídos até o 1º trimestre de 2025, em linha com os prazos previstos no acordo, disse a Vale. A mineradora acrescentou que, além disso, R$ 3,9 bilhões foram pagos em indenizações individuais desde 2019. No caso de Mariana, a empresa afirmou que a reparação segue em curso, com R$ 48 bilhões desembolsados e mais de 450 mil pessoas indenizadas até março.
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