Temer: Competitividade depende de maior abertura a investimentos

JOANESBURGO    Os países são mais competitivos se suas
economias estiverem mais abertas a investimentos e comércio, afirmou o
presidente Michel Temer em discurso nesta quinta-feira na sessão plenária
aberta da cúpula dos Brics, que ocorre na África do Sul. “Só somos
competitivos se somos mais abertos, a mais investimentos e mais comércio”,
sustentou.

O presidente destacou que o Brasil tem buscado maior
integração tanto dentro do Mercosul como com outros países e blocos, como
Coreia do Sul, Canadá e Aliança do Pacífico. Também disse que um acordo entre
Mercosul e União Europeia nunca esteve “tão perto” de ser fechado.

“Estamos eliminando barreiras em vez de erguê-las”, disse
Temer, que falou logo depois do presidente da China, Xi Jinping. Durante
discurso aberto na cúpula, o líder chinês reiterou sua crítica ao
unilateralismo e defendeu o multilateralismo, expressão que constará do
comunicado dos chefes de Estado e de Governo dos Brics.

Enquanto o presidente chinês foi mais enfático na defesa da
ordem multilateral, Temer deu mais espaço em seu discurso para o tema da quarta
revolução industrial, que formalmente é o assunto central da reunião de cúpula.

“Temos que estar preparados para um mundo mais veloz e
ativo. A quarta revolução industrial traz vantagens competitivas”, disse,
defendendo ainda a importância de se investir em educação e lembrando que o seu
governo fez uma reforma para dar mais flexibilidade no ensino médio.

 

Reunião Temer-Xi Jinping

 

No começo do dia, Temer teve uma reunião bilateral com Xi
Jinping, em que tratou dos investimentos chineses no programa de concessões e
privatizações, inclusive das distribuidoras de energia. Segundo Temer, Xi
apontou que o país vai participar do programa de venda de distribuidoras da
Eletrobras.

“Ele disse que a China vai participar [dos leilões de
distribuição de energia] com investimentos privados”, afirmou Temer na saída do
encontro, que durou cerca de meia hora.

O presidente disse ainda que Xi falou de investimento não só
nas distribuidoras, mas também nos leilões de ferrovias, portos, aeroportos e
linhas de transmissão de energia. “Eu mencionei também a questão das
privatizações e concessões que estamos fazendo no país, dos investimentos
chineses já existentes e de outros que ele disse que vai colaborar muito para
investir bastante lá”, afirmou.

Temer informou ainda que, na reunião, também pediu para a
China retirar as barreiras contra o frango e o açúcar brasileiros, que são
sobretaxados pelos asiáticos. E que pleiteou também a abertura do mercado para
produtos processados de soja: farelo e óleo.

Segundo ele, o presidente chinês recebeu “muito bem” as
demandas pela retirada de barreiras. “Ele vai mandar os técnicos examinarem.
Ele recebeu muito bem. Não senti resistência. Vai mandar examinar,
naturalmente”, afirmou.

O ministro da agricultura, Blairo Maggi, destacou que a
pauta de exportações do Brasil com a China precisa ser aumentada. “Ele [Xi
Jinping] fala em chegar a US$ 100 bilhões [de exportações do Brasil para a
China]. Enfim, a boa vontade política foi colocada nesse encontro que é
prioridade entre os dois países”, disse Blairo. Atualmente, o Brasil exporta
US$ 43 bilhões para a China.

“O presidente Xi Jinping disse que vai tratar esses assuntos
que foram colocados pelo presidente Temer como prioridade. Ele quer ampliar o
mercado, falou também sobre o protecionismo, e os dois países têm mercados
bastante livres entre eles”, completou o ministro.

Dados do governo brasileiro mostram que as medidas de
salvaguarda contra o açúcar adotadas em maio do ano ado derrubaram em 86%
as vendas desse produto para os chineses. Nota técnica que subsidiou a conversa
de Temer com Xi Jinping aponta que o setor sucroalcooleiro está “ando por
um momento crítico”, por conta do aumento na oferta mundial.

No caso do frango (carnes de aves), o texto utilizado como
referência na conversa bilateral aponta que o crescimento das vendas do produto
aos chineses ocorreu por conta de aumento de demanda dos asiáticos. O documento
destaca que a China representa 10% das exportações desse produto, o equivalente
a US$ 800 milhões, e que a aplicação da medida antidumping pelo país pode
inviabilizar as vendas desse produto.

O texto avalia ainda que o antidumping chinês viola as
regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e destaca que o conselho de
ministros da Camex aprovou estudo para eventual consulta nesse organismo
multilateral.

 

Nicarágua

 

O presidente Michel Temer disse que o Brasil está tomando
todas as providências em relação à questão da brasileira morta na Nicarágua na
terça-feira.

“Não é possível que nós itamos simplesmente a lamentável
morte de uma brasileira sem que tomássemos providências. Providências estão
sendo tomadas diariamente”, disse, sem especificar quais.

 

– Fonte: https://www.valor.com.br/brasil/5688963/temer-competitividade-depende-de-maior-abertura-investimentos


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