Em meio a boas notícias, Vale reforça ‘previsibilidade’ de resultados

RIO    Um dia depois de anunciar a recompra de US$ 1
bilhão em ações, pagamento de US$ 2,05 bilhões em dividendos em setembro, queda
da dívida líquida para US$ 11,5 bilhões ao fim de junho e um lucro líquido
recorrente de R$ 7,571 bilhões no segundo trimestre, a mineradora mostrou, nas
palavras do seu presidente, Fabio Schvartsman, “previsibilidadade” nos
resultados.

Em teleconferências com analistas, o executivo afirmou que a
operação de recompra de ações pode ser interpretada como um sinal de confiança
da companhia nos seus próprios resultados. “É uma demonstração da nossa
confiança no desempenho da empresa. A companhia está desempenhando bem e
continuará. Nos sentimos confortáveis em investir caixa para comprar os ativos
que melhor conhecemos [as ações da empresa]. Ninguém conhece melhor a Vale que
nós”, disse.

Segundo ele, a mineradora optou por fazer a operação de
recompra de ações, e não pagar dividendos extraordinários aos acionistas, para
preservar a nova política de dividendos. “Mas não significa que não possamos
lançar mão de dividendos extraordinários se o caixa permitir”.

De acordo com Schvartsman, a equação entre aumentar a
distribuição de dividendos ou optar por novas operações de recompra de ações
voltará novamente a ser avaliada pela empresa no ano que vem, considerando a
situação financeira da mineradora e tendo como base a nova política de
dividendos. “Dependerá da avaliação da situação”, afirmou. Os US$ 2,054 bilhões
anunciados ontem, que serão pagos em setembro, representam a maior remuneração
de um semestre desde 2014.


Dívida líquida

 

Sobre dívida líquida, a companhia reiterou que meta é de US$
10 bilhões, um ponto ótimo que permite a melhor gestão dos recursos pela
empresa. O diretor-executivo de finanças e relações com investidores, Luciano
Siani Pires, ressaltou que a expectativa da empresa é que o ritmo de redução do
montante seja menor no terceiro trimestre, mas volte a acelerar nos três
últimos meses do ano. “[Esperamos] no terceiro trimestre um o mais lento de
redução da dívida e no quarto trimestre outro tombo expressivo, a exemplo do registrado
no segundo trimestre”, disse o executivo.

No trimestre ado, a Vale reduziu em cerca de US$ 3,38
bilhões a dívida líquida, ante os valores registrados ao fim do período entre
janeiro e março. Em 30 de junho, a dívida da empresa totalizava US$ 11,519
bilhões. “Os investidores podem esperar uma disciplina de capital muito bem
comportada nos anos vindouros”, acrescentou Siani.

Produção O minério de ferro, principal produto da companhia
foi, conforme esperado, o principal tema das perguntas nas duas
teleconferências realizadas. Schvartsman afirmou que o prêmio pago à Vale pela
qualidade da produção deve continuar aumentando à medida que a empresa elevar o
volume. No segundo trimestre, o prêmio médio foi de US$ 7,1 por tonelada,
contra US$ 5,2 por tonelada nos três primeiros meses do ano.

Segundo o presidente da Vale, enquanto os estoques de
produtos de baixa qualidade na China aumentam sem parar, os estoques do minério
produzido pela companhia continuam caindo, a despeito do aumento de produção em
Carajás. “É inequívoco que existe excesso de oferta de baixa qualidade. Já
para o minério de Carajás, por mais que aumentemos a produção, os estoques
continuam caindo porque [esse minério] é necessário para corrigir defeitos dos
outros produtos”, disse. “Existe uma disputa muito grande pelo que
entra [de minério no mercado vindo] de Carajás”, acrescentou.

O diretor-executivo de minerais ferrosos e carvão, Peter
Poppinga, frisou que é “totalmente infundado” dizer que existe
superoferta do minério de Carajás no mercado mundial. Poppinga revelou que a
especificação do minério “Brazilian Blend Fines (BRBF)” será, em 2019, o
produto de maior volume da mineradora. O “Brazilian Blend” é uma mistura de
minério entre diferentes tipos, o que aumenta a qualidade média do produto.
“Estamos progressivamente perseguindo a estratégia de diferenciação de
produtos”, disse.

pesar da importância do minério de ferro e dos bons
resultados obtidos no segmento, Schvartsman reiterou o objetivo da companhia de
diversificar a geração de caixa, aumentando a fatia vinda dos metais básicos. O
executivo afirmou que a diversificação terá que ser feita a partir do aumento
da receita das operações já existentes. “Essa diversificação tem que
acontecer internamente. Não estamos pensando em aquisições para aumentar a
diversificação [da receita] da companhia”, disse o presidente.

A respeito da área de metais básicos, Schvartsman afirmou
que a Vale, até o fim do ano, terá a decisão sobre o futuro das operações na
Nova Caledônia. A mineradora opera, na região do Pacífico Sul, a VNC, para
produção de níquel. A Vale já havia informado que buscava alternativas para a
operação da VNC, inclusive com possível parceria. Nesta quinta, o executivo
disse que a situação na VNC é melhor que a que existia antes. Atualmente, a
companhia segue a determinação de não operar ativos deficitários e cada
operação deve gerar valor para a mineradora. “Estamos avaliando opções
[sobre a VNC]”, disse.

 

Samarco

 

Questionado sobre Samarco, Schvartsman, afirmou que ainda
não há uma definição sobre a data da retomada das operações da empresa, t
venture entre a Vale e a BHP Billiton. “É importante ressaltar que não
controlamos momento da retomada, que depende de licenciamento dos órgãos
ambientais. Temos que cumprir as determinações e, quando as licenças estiverem
na mão, poderemos dizer [algo sobre a retomada].”

O executivo frisou ainda que atualmente Vale e BHP se
debruçam sobre um plano de negócios para a Samarco, o que permitirá definir
como será a retomada. Schvartsman também afirmou que qualquer negociação com a
BHP sobre o futuro do controle da Samarco é “secundária”. “Não
existe caso de negócios colocado. Se algo será feito, será em benefício da
retomada [da Samarco], o que tira importância da discussão sobre quem compra o
que”, disse.

Em 5 de novembro de 2015, ocorreu o rompimento de barragem
da Samarco, na cidade de Mariana (MG), que causou a morte de 19 pessoas e
graves impactos ambientais em Minas e Gerais e no Espírito Santo.

Leia mais: CEO da Vale vê preços firmes para minério mesmo diante de
disputas comerciais

Fonte: https://www.valor.com.br/empresas/5690401/em-meio-boas-noticias-vale-reforca-previsibilidade-de-resultados


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