Ferrovia do Cerrado e desenvolvimento de hidrovias melhorarão escoamento de produtos no país

O projeto de
integração ferroviária do Alto Araguaia ao Triângulo Mineiro foi apresentado na
reunião desta quarta-feira (1º) do Conselho Temático de Infraestrutura
(Coinfra) da Confederação Nacional da Indústria (CNI). As estimativas dos
responsáveis pelo plano são de que os custos de combustível com o transporte de
milho, soja, calcário e brita sejam reduzidos 4,8 vezes com a implementação da
ferrovia.

A construção
dessa ferrovia é uma antiga demanda da indústria e da agroindústria. O projeto
existe há décadas, mas acabou não saindo no papel após sucessivos adiamentos.

O
ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (FIEMT) e
integrante do Conselho de Assuntos Legislativos da CNI Carlos Antonio Garcia
vai solicitar ao Ministério dos Transportes um procedimento de manifestação de
interesse (PMI) para iniciar o projeto da chamada Ferrovia do Cerrado, que terá
671 km e ligará Cuiabá (MT) a Uberlândia (MG). Na avaliação dele, este será um
importante corredor para o agronegócio, que ará por cidades industriais
como Mineiros (GO), Jataí (GO), Rio Verde (GO) e Uberaba (MG). Garcia estima
que o investimento necessário para a ferrovia ser viável é de R$ 6 bilhões.

“O objetivo
é o apoio ao agronegócio e ao desenvolvimento da agroindústria. A ferrovia fará
conexões para os portos de Santos, Vitória e Paranaguá. E tem uma grande
vantagem: não há no traçado terras quilombolas nem indígenas. Nenhuma ferrovia
do país teria tanta facilidade logística como esta, pois estará próxima a
importantes zonas produtoras”, detalhou. “As cargas que estamos transportando
hoje não têm perfil para estarem sendo transportadas por caminhão”, completou.

HIDROVIAS –
A importância da ampliação do transporte fluvial no país também foi tema de
debate durante a reunião desta quarta. O vice-presidente da Federação das
Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) Fábio Vasconcellos enumerou uma série de
vantagens da escoação dos produtos industriais e agrícolas por hidrovias, como
ocorre nos Estados Unidos. Engenheiro naval, Vasconcellos observou que um
comboio de barcaças equivale a 1.250 caminhões, o que significa, segundo ele,
“economia para o produtor e uma situação ecologicamente mais amigável”.

Entre as
propostas para o setor, o vice-presidente da FIEPA propõe a consolidação de
planos e estudos para projetos de hidrovias, um estudo múltiplo das águas e o
desenvolvimento de um modelo de concessão hidroviário. “Essa fronteira agrícola
está caminhando cada vez mais na direção da região Norte. Nesse contexto, não
tenho dúvida de que as hidrovias são um fator de minimização do custo Brasil.
Há uma necessidade premente de mudarmos a nossa matriz de transporte”, frisou.
“O Porto de Vila do Conde (no Pará) tem potencial para ar das 15 milhões de
toneladas anuais de carga para 40 ou 50 milhões nos próximos 15 ou 20 anos”,
acrescentou.

GÁS NATURAL
– Durante a reunião, o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria
de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor), Martim Penna, destacou os impactos que
a alteração da composição do gás natural, em discussão na Agência Nacional do
Petróleo (ANP), poderá causar ao meio ambiente e à operacionalidade dos
equipamentos em uso na indústria brasileira. Especialista no tema, o consultor
Bráulio Pikman alertou que diversos países vêm modificando leis relacionadas ao
gás em razão da entrada do gás de xisto, que vem se tornando uma realidade
global.

Bráulio
criticou a proposta de alteração regulatória que tramita no país por entender
que será prejudicial ao meio ambiente e a própria qualidade do gás. “Na
prática, significa a possibilidade de alterar o teor de etano no gás de 5% para
20%, a proposta permitiria esse nível de flexibilidade”, disse. “O primeiro
impacto seria a perda de eficiência, sem na falar nas questões ambiental e
legal”, completou.

 

Fonte: https://revistaferroviaria-br.informativomineiro.com/noticias/infraestrutura/ferrovia-do-cerrado-e-desenvolvimento-de-hidrovias-melhorarao-escoamento-de-produtos-no-pais/



Fonte: Agência de Notícias CNI

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