Aposta no mercado brasileiro

Sediada na
Suíça, a Speno Internacional tem representação no Brasil há dois anos e está em
busca de parceria com as ferrovias de carga e de ageiros, de olho na
renovação das concessões e nos investimentos em manutenção de via. Em seminário
realizado ontem, dia 6, no Hotel Pestana, em São Paulo, a empresa fez uma
apresentação da linha de maquinário e serviços em esmerilhamento de trilhos e
aparelhos de mudança de vias (AMV’s) para representantes de operadoras como
TM, SuperVia e Rumo. 

O gerente de
área da Speno, Julio Centurion, disse apostar no mercado brasileiro, embora a
empresa não tenha nenhum contrato novo firmado com operadoras. Atualmente, doze
máquinas antigas da Speno estão distribuídas em TM, Metrô SP, Metrô Rio,
Metrô de Recife e Brick Engenharia. A EFVM e a EFC têm três unidades cada uma.
Todas foram adquiridas entre 1987 e 2001, de acordo com os dados apresentados
pela CM Equipamentos.

Um dos
objetivos do evento foi debater a importância do esmerilhamento de trilhos,
principalmente no que diz respeito à prevenção. “Na Espanha, as empresas
aram três anos fazendo esmerilhamento corretivo e foram para o preventivo.
Na França iniciou-se um trabalho há cinco anos, com procedimentos preventivos
e, hoje, a malha está muito melhor. Tudo depende de um planejamento da empresa
e do objetivo traçado para as linhas”.

Processos de
esmerilhamento na malha ferroviária estão geralmente ligados ao aumento da vida
útil do material rodante, redução dos ciclos de socaria, redução da necessidade
de limpeza dos lastros e da reposição de dormentes e fixação, diminuição do
ruído no tráfego, limitação os danos nas rodas, remoção de defeitos residuais
das soldas e diminuição do consumo de energia. Mário Fontes, da CM
Equipamentos, empresa que representa a Speno no Brasil, destacou que cuidar bem
dos trilhos é premissa para a boa operação de uma ferrovia. “Significa gerar
economia. O ativo mais caro do setor é o trilho. A Speno é uma empresa
especializada, que só faz máquinas para este fim”, destaca.

Todas as
linhas férreas possuem uma medida de tolerância, ou seja, o desvio máximo que
um trilho pode ter para que o trem possa circular sem acarretar problemas. O
processo de esmerilhamento é importante para retomar a posição ideal dos
trilhos. O representante da CM Equipamentos Mário Fontes informou as medidas de
tolerância para as ferrovias. Desvio máximo permitido em linhas de alta
velocidade é, geralmente, de 0,6 mm, segundo os padrões adotados nas linhas
férreas europeias e que também já estão adequados ao Brasil. As linhas urbanas
podem obter, no máximo, 1,0 mm de desvios. As linhas convencionais de carga
possuem um limite maior, de 1,7 mm.

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