O vice-presidente da América Latina Logística (ALL) ¬– multinacional que assumiu o controle da Ferrovia Senador Vuolo no lugar da Brasil Ferrovias –, Paulo Basílio, vai apresentar no próximo dia 8 de novembro, em Cuiabá, o nome da empresa contratada para executar o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) do traçado dos trilhos até à Capital do Estado.
A informação é o coordenador do Fórum Pró-Ferrovia, vereador Francisco Vuolo. Ele defende a implantação do traçado original que prevê a ligação ferroviária entre Cuiabá e Rondonópolis (210 quilômetros ao Sul de Cuiabá), ando por Santo Antônio de Leverger, com algumas alterações.
“Elaboramos uma nova proposta de traçado que irá garantir a aproximação dos municípios de Jaciara e Juscimeira (ao Sul de Cuiabá) dos trilhos da ferrovia e, ao mesmo tempo, afastar os trilhos em mais de 20 quilômetros da reserva indígena Teresa Cristina”, anuncia Vuolo.
O ‘corte’ da reserva pelos trilhos da ferrovia era um dos empecilhos à aprovação do antigo traçado. “Com esta alteração, vamos solucionar a questão ambiental dentro da reserva indígena e viabilizar a aprovação do EIA/Rima”, acredita o coordenador do fórum.
Vuolo revelou que a nova proposta amplia em cerca de 70 quilômetros o trajeto entre Rondonópolis e Cuiabá, “mas a por áreas de produção, agregando o desenvolvimento de pequenos municípios como São Pedro e São Lourenço de Fátima (também ao Sul de Cuiabá), além de deixar a ferrovia mais próxima de pólos produtores como Campo Verde (139 quilômetros ao Sul de Cuiabá) e Primavera do Leste (239 quilômetros ao Centro Leste de Cuiabá)”.
Ele observou que o novo traçado não perde a sua originalidade – garante a agem dos trilhos por Santo Antônio de Leverger – permitindo a agregação de cargas em um maior volume e tornando a ferrovia, nesse trecho mais viável economicamente.
MOVIMENTO — O fórum Pró-Ferrovia vai aproveitar o encontro com o executivo da ALL para lançar um movimento em favor da implantação do novo traçado. “Vamos buscar o apoio dos municípios, fortalecer este movimento e assegurar a chegada dos trilhos até Cuiabá”, reforça.
Vuolo disse não compreender a ferrovia sem ar por Cuiabá. “O nosso compromisso é de que os trilhos cheguem a nossa Capital e, a partir daí, sigam o seu trajeto para Porto Velho (RO) e Santarém (PA) e cumpram o seu grande objetivo, que é o de promover a ocupação e integração da região amazônica com a região Centro-Sul do país”.
A OBRA — A construção da Ferrovia Senador Vuolo tem um custo estimado em cerca de R$ 500 milhões apenas no trecho entre Rondonópolis e Cuiabá. Só para a realização do EIA/Rima são necessários mais R$ 2 milhões. Os trilhos estão parados em Alto Araguaia (426 quilômetros ao Sul de Cuiabá) desde 2002 e podem chegar a Cuiabá num período de cinco a 10 anos, se não faltarem recursos para tocar a obra. A ferrovia leva o nome do pai do vereador, o senador Vicente Vuolo. Em 2005, o projeto iniciado ainda quando deputado federal, completou 30 anos. O projeto de Lei número 312-A/75 foi sancionado pelo então presidente da República, Ernesto Geisel e transformado na lei 6.346/76.
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