Embora os números sejam positivos, a verdade é que o Brasil está longe de bater países cujos territórios são menores e têm malhas de dar inveja. Enquanto os 8,4 milhões de quilômetros quadrados brasileiros contam com 28,5 mil quilômetros de ferrovias, a Alemanha, com seus quase 350 mil quilômetros quadrados tem 45 mil quilômetros de extensão de malha ferroviária. No Brasil, o ideal hoje seria 55 mil quilômetros.
Segundo a ATNF, o desenvolvimento ferroviário brasileiro sofreu com a falta de planejamento e pelos baixos investimentos, o que resultou em desequilíbrio na matriz do transporte nacional. O resultado foi um modal pouco competitivo.
Os números já melhoraram a partir da desestatização. Como resultado do desempenho das concessionárias, a participação das ferrovias no transporte de cargas, que era de 19% em 1999, atingiu a marca de 26% em 2006. As estatísticas são positivas, mas ainda há espaço para crescer. Em outros países de características semelhantes às do Brasil (grande área territorial e expressivos setores agrícola e mineral), as ferrovias são responsáveis por até 50% do transporte de cargas.
Entre as medidas emergenciais, as concessionárias esperam a participação efetiva do governo federal. “Se a contrapartida da União continuar reduzida, a produção do setor poderá parar de crescer entre 2010 e 2012, comprometendo a logística”, adverte o diretor-executivo da ANTF Rodrigo Vilaça. É que no processo de desestatização foi estabelecida concessão, o que não implica a renúncia do domínio e da titularidade do serviço por parte do poder público.
O governo federal continua com a responsabilidade de definir prioridades, o padrão de qualidade dos serviços. Também é a União que precisa exercer pressão legítima sobre seus parceiros, no sentido de que obtenham ganhos de eficiência e mantenham padrão adequado de qualidade dos serviços e tarifas justas.
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